Guarapuava – Um volume de 1,4 mil inquéritos também superlota os cartórios dos escrivães. Para fazer frente às necessidades é necessária a nomeação de 10% sobre a atual equipe. Não revelamos nenhum número de policiais das nossas equipes por questão de segurança, justifica a delegada.
A falta de funcionários maior, entretanto, está na investigação, onde há a necessidade de 50% a mais no número da equipe atual. Mesmo assim Maritza nega que haja prejuízo nas investigações. Tudo está caminhando, mas há casos de homicídio, por exemplo, em que sabemos quem é autor, mas não temos provas materiais. Outros casos a investigação trabalhou certo, mas chega num ponto em que não é possível seguir adiante, diz.
Um desses casos é o assassinato do estudante David Kulak, que no dia 23 de agosto vai completar 6 anos, e do jovem Thiago Esteche Rocha, cujo crime vai completar 5 anos no dia 22 de abril, entre tantos outros que também estão sem solução.
Para fazer frente à demanda diária de ocorrências a saída é avaliar e fazer a triagem dos casos mais graves. Investigamos no macro, informa a delegada.
A melhor estrutura está na frota. São 11 viaturas, um número razoável para a policial. Não deixamos de fazer algo por falta de viatura, isso não acontece, diz.
O diferencial está na Delegacia da Mulher, cujo movimento se mantém estável com uma média de 80 ocorrências por mês. Destas, 50% se transformam em procedimentos. O aumento acontece quando há visibilidade da Lei Maria da Penha como, por exemplo, no Dia Internacional da Mulher.
A maioria dos casos, segundo Maritza, são crimes de menor potencial ofensivo, predominando ameaças, lesões leves e crimes contra a honra (calúnia, injúria, difamação).
A exceção nos últimos meses foram os assassinatos de duas mulheres: a professora Laurete Aparecida Roessler Miranda, na Colônia Vitória em Entre Rios, e de Maria Elizabeth Rufino Legowski, no distrito de Palmeirinha. O primeiro crime ainda está sendo investigado e teve uma reconstituição recentemente, enquanto no segundo o autor foi preso em flagrante.
Com apenas uma escrivã para aproximadamente 200 inquéritos o cartório, segundo a delegada, está saneado. A explicação para essa agilidade é simples: é que 95% dos delitos registrados já chegam com autoria conhecida. Por isso começam e terminam mais rápido, afirmou Maritza.