Da redação – A REDE SUL DE NOTÍCIAS tem recebido e-mails que sugerem como pauta o acúmulo de processos e a morosidade da Justiça nas varas cíveis de Guarapuava.
Segundo informações contidas no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a corregedoria informa que, até a data de 31 de maio de 2010, na 1ª Vara Cível de Guarapuava tramitavam 14 mil 810 processos e na 2ª Vara Cível 12 mil 909, excluindo-se destes números inquéritos policiais, cartas precatórias, notificações e interpelações.
O escrivão Washington Simões, cartorário da 2ª Vara Cível de Guarapuava, revela que existem em torno de 9 mil processos de execução fiscal do município, aproximadamente 1 mil do Estado e em torno de 3 mil em rito ordinário. “Os 9 mil processos de execução fiscal estão paralisados. Estamos atendendo um pedido de suspensão por parte do município”, conta.
Um total de giro mês de 1,8 a 2 mil processos. De acordo com o escrivão, para que a 2ª Vara Cível pudesse trabalhar tranquilamente teriam que receber ao mês em torno de 1 mil, praticamente, a metade do que gira atualmente. “Para podermos dar conta, o ideal seriam em torno de 1 mil processos mês”, explica Simões.
O presidente da Subseção Guarapuava da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alexandre Barbieri Neto, admite a morosidade na tramitação nas varas cíveis da nossa cidade. Ele diz, que tanto é verdade, que em 2003 foi criada a 3ª Vara Cível. “Se em 2003 já era necessária uma terceira vara, imagine agora, sete anos após”, observa.
A instalação da 3ª Vara Cível seria a solução para agilizar as tramitações. Desafogaria as já existentes. “Ela existe apenas no papel”, frisa o representante da OAB.
Em 2003 também foi realizado o desmembramento, onde funcionaria a Vara da Família e separadamente a Vara da Infância e da Juventude. “Ficaria a infância e a juventude em uma e da família em outra. E outra vez, o desmembramento ficou no papel, mas de fato não existe”, explica Barbieri Neto.
Segundo o advogado, por inúmeras vezes já solicitaram formalmente a instalação junto ao Tribunal de Justiça do Estado, e sempre recebem a resposta que é preciso realizar um concurso público para abrir as vagas de cartorários e dos demais funcionários. “A luta da classe é incessante para que sejam instaladas as referidas varas que foram criadas em 2003, o que iria melhorar as prestações jurisdicionais aos cidadãos. Enviamos vários ofícios solicitando uma resposta formal. Toda a oportunidade que surge estamos ali pedindo por providências”, observa.
O presidente da subseção da OAB lembra, que a luta dos advogados também é em conjunto com os juízes, já que os mesmos estão sobrecarregados de trabalho. “São vários os fatores que contribuem para o atraso, a falta de pessoal e eventualmente a falta de juízes, devido à remoção ou por férias dos magistrados, como também o aumento significativo da demanda. Inúmeros processos entram diariamente. Assim, fica humanamente impossível atender a todos e com excelência”, explica.
De acordo com Barbieri Neto, em maio assumiram duas juízas em Guarapuava, na 2ª Vara Cível, Laryssa Angélica Copack Muniz, e na 1ª Vara Cível, Genevieve Paim Paganella, que estão em imenso esforço tentando colocar tudo em ordem.
Através da Assessoria de Imprensa, a REDE SUL DE NOTÍCIAS entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR) para ver como anda o processo de instalação. A resposta foi que a Assessoria de Planejamento do Tribunal elaborou um
estudo para traçar os critérios de ordenamento de prioridades para a instalação de novas varas. “O estudo será submetido ao Comitê de Gestão Estratégica para posterior deliberação da Administração do TJ”, explicaram.
estudo para traçar os critérios de ordenamento de prioridades para a instalação de novas varas. “O estudo será submetido ao Comitê de Gestão Estratégica para posterior deliberação da Administração do TJ”, explicaram.
Texto: Andréa A. Alves
Foto: Arquivo/RedeSul