22/08/2023
Geral

Cerca de 5 mil caminhoneiros da região aderem à greve

O movimento nacional de caminhoneiros confirmou paralisação da categoria a partir da 0 hora desta quarta-feira (25) para protestar contra as novas regras de carga horária e descanso estabelecidas pelo Estatuto do Motorista. O dia escolhido é o do padroeiro da categoria, São Cristóvão. No Dia do Motorista em Guarapuava e região, cerca de 5 mil caminhões permanecerão parados. “Os caminhões estão carregados, mas os motoristas já tiraram os cabos das baterias porque ninguém vai sair do lugar”, disse o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos, João Cavalheiro.

A manifestação reivindica revisão de normas impostas recentemente pela Agência Nacional de Transportes Terrestres que teriam tornado mais caro o frete, através de exigências como cartão para pagar o combustível e até mesmo a implementação da Lei que regula o tempo de descanso dos motoristas. A legislação foi sancionada recentemente pela presidenta Dilma Rousseff e regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Entre as mudanças que entraram em vigor no fim de junho está a jornada de trabalho de oito horas diárias, com no máximo duas horas extras. Além disso, o motorista deve fazer uma pausa de 30 minutos a cada quatro horas trabalhadas, e a cada 24 horas descansar por 11 horas. Os profissionais que não cumprirem as regras poderão ser multados pela Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o presidente do movimento em nível nacional, Nélio Botelho, as exigências impostas pela lei são inviáveis e que "ninguém está cumprindo" o estatuto. "Não tem como você cumprir isso nas viagens de longa distância. Não se tem uma infraestrutura nas estradas com ponto de apoio para os motoristas nem para higiene pessoal, muito menos com segurança. O motorista vai ser obrigado a parar às margens da rodovia e descansar por 11 horas, sozinho?" questiona.

Para cumprir as novas exigências de carga horária, segundo o Movimento, seria necessário aumentar significativamente o número de motoristas e que não há oferta suficiente de profissionais qualificados. Ele também alerta para a possibilidade de aumento do preço final dos produtos transportados onerando um aumento nos custos da operação.

Cristina Esteche

Jornalista

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