Fatos que vem ocorrendo em Guarapuava merecem uma reflexão sobre o papel do cidadão na sociedade. Na semana passada, placas de sinalização em seis pontos da cidade foram vandalizadas. Ou melhor, vítimas desse ato de vandalismo poderiam ser pessoas, até mesmo ligadas aos autores do gesto de mau gosto. As placas indicavam o sentido das ruas e foram alteradas de direção. Inconsequência, brincadeira, ou maldade mesmo? Seja lá qual for a resposta, quem fez não pensou que estava prejudicando também a si mesma. Afinal, quem paga a conta de tudo o que é feito com dinheiro público é o cidadão, o contribuinte.
Nesse mesmo raciocínio, os índices diários de acidentes provocados por ingestão de bebida alcoólica, por desatenção, por infrações, entre tantas outras atitudes que podem ser percebidas no dia-a-dia, prejudicam, antes de qualquer coisa, o bolso do cidadão. Estatísticas apontam que mais de 80% dos acidentes são causados por falhas humanas, entre elas, os provocados por bebidas alcoólicas ou por gestos movidos pela ignorância de pessoas irresponsáveis, como essas que alteram o sentido de placas de sinalização. Em um acidente ocorrido na cidade, por exemplo, há o atendimento da polícia militar, Departamento de Trânsito, Corpo de Bombeiros, Samu , hospitais, médicos, enfermeiros, medicamentos, recuperação de placas de sinalização, Previdência, entre outros atendimentos que envolvem despesas, a maioria paga com dinheiro público.
Num sistema democrático, é preciso que os cidadãos tenham responsabilidade civil, que cada (estado e sociedade) cumpram a sua aparte. Mas acima de tudo, é necessário que todos tenham compromisso com a responsabilidade política, que é expressão de uma verdadeira cultura de cidadania. É preciso estar ciente também de que a ética e a cidadania estão relacionados e tem tudo a ver com as atitudes das pessoas e a forma como estas interagem umas com as outras na sociedade.