com Huffpost e UOL
Brasília – O Ministério da Educação oficializou nesta segunda feira (25) uma mudança de enfoque no programa Ciência sem Fronteiras, lançado pela presidente afastada,Dilma Rousseff, em 2011. A partir de agora, a graduação no exterior não será mais contemplada pelo programa.
Segundo nota oficial do MEC, uma análise do governo Michel Temer concluiu que era elevado o custo da graduação sanduíche, em que o universitário brasileiro vai estudar em instituições estrangeiras. Em 2015, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) gastou R$ 3,2 bilhões para atender a35 mil estudantes bolsistas.
O ministério diz que esse valor é "igual ao investido em alimentação escolar para atender 39 milhões de alunos" no Brasil.
A equipe técnica que examinou o Ciência sem Fronteiras concluiu que a integração das universidades brasileiras às instituições do exterior participantes deixava a desejar. Prova disso, segundo o MEC, é que disciplinas cursadas lá fora não estavam sendo aproveitadas ou aceitas pelos cursos de graduação daqui.
Em setembro do ano passado, o governo Dilma já havia suspendido abertura de vagas do programa por tempo indeterminado.
Na época, o governo estava revisando metas dos programas "considerando a realidade econômica do País".
PRIORIDADE ÀS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
O ministro da Educação, Mendonça Filho, decidiu que o programa deverá focar agora no ensino de idiomas no Brasil e lá fora. A intenção é incluir jovens pobres que estudem em escolas públicas.
A informação já havia sido antecipada pelo jornalista Fernando Rodrigues. Segundo ele, o ministro estava interessado no redirecionamento das verbais federais para "uma parcela da população que realmente aproveitará de maneira mais eficaz a experiência de passar 1 ano no exterior".
Mendonça Filho disse ao UOL ter relatos de alunos de graduação aproveitando o intercâmbio para viajar em vez de se dedicar aos estudos.
Apesar da baixa na graduação, o Ciência sem Fronteiras continuará mantendo as bolsas de pós-graduação para alunos, professores e pesquisadores.
O MEC afirma que a atual gestão já liberou mais de R$ 1 bilhão para pagar bolsas e cobrir despesas da manutenção dos estudantes no exterior.
Segundo o ministério, todos os compromissados já assumidos com os bolsistas que estão no exterior estão assegurados, e eles não serão prejudicados pela mudança das regras do Ciência sem Fronteiras.