22/08/2023



Cotidiano Mundo

Cientistas chineses anunciam descoberta contra Covid-19

O grupo isolou vários anticorpos que considera "extremamente eficientes" para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas células

coronavírus

Eles isolaram anticorpos que consideram eficientes contra o vírus (Foto: Reprodução/Unsplash)

Um grupo de cientistas chineses isolou vários anticorpos que considera “extremamente eficientes” para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas células, o que pode ser útil tanto para tratar quanto para prevenir a Covid-19. Atualmente, não existe tratamento comprovadamente eficaz para a doença.

Assim, Zhang Linqi, da Universidade Tsinghua, de Pequim, disse que um remédio feito com anticorpos como os que sua equipe descobriu poderia ser usado de forma mais eficaz do que as abordagens atuais. Isso incluindo o que ele chamou de tratamentos “limítrofes”, como o plasma. O plasma contém anticorpos, mas é limitado pelo tipo de sangue.

Conforme a Agência Brasil, no início de janeiro, a equipe de Zhang e um grupo do 3º Hospital Popular de Shenzhen começaram a analisar anticorpos do sangue colhido de pacientes recuperados da Covid-19. Para isso, isolaram 206 anticorpos monoclonais que mostraram o que ele descreveu como uma capacidade “forte” de se ligar às proteínas do vírus.

Depois eles fizeram outro teste para ver se conseguiam de fato impedir que o vírus entrasse nas células, disse ele em entrevista à Reuters. Assim, entre os cerca de 20 anticorpos testados, quatro conseguiram bloquear a entrada viral, e desses dois foram “imensamente bons” para fazê-lo, disse Zhang.

QUAIS ANTICORPOS?

Entretanto, agora a equipe se dedica a identificar os anticorpos mais poderosos e possivelmente combiná-los para mitigar o risco de o novo coronavírus sofrer uma mutação. Se tudo der certo, desenvolvedores interessados poderiam produzi-los em massa para testes, primeiro em animais e futuramente em humanos.

Além disso, o grupo fez uma parceria com uma empresa de biotecnologia sino-norte-americana, a Brii Biosciences, na tentativa de “apresentar diversos candidatos para uma intervenção profilática e terapêutica”, de acordo com um comunicado da Brii.

Zhang afirmou ainda que a importância dos anticorpos foi provada no mundo da medicina há décadas. “Eles podem ser usados para o tratamento de câncer, doenças autoimunes e doenças infecciosas”.

Assim, os anticorpos não são uma vacina, mas existe a possibilidade de aplicá-los em pessoas do grupo de risco, com o objetivo de impedir que contraiam a Covid-19.

Normalmente não transcorrem menos de dois anos para um remédio sequer obter aprovação para uso em pacientes. Porém, conforme Zhang, a pandemia acelera os processos e etapas que antes seriam feitas sequencialmente, e que agora estão ocorrendo em paralelo.

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Cristina Esteche

Jornalista

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