Claudio Andrade pede desfiliação do PHS

Cristina Esteche

O professor Claudio Andrade, ex-ouvidor do município pediu desfiliação do PHS, onde militava há 15 anos, em Guarapuava. Embora o desligamento tenha sido feito há algum tempo, somente nesta quarta feira (18), o professor deu visibilidade no seu perfil no Facebook.

Embora escrito de forma subliminar, nas entrelinhas, Claudio Andrade, que já foi candidato a vice prefeito na chapa encabeçada pelo PT, mostra o seu descontentamento com o grupo do partido no Paraná e em Brasília. “Não há mais sentido ficar ou emprestar palavra para aqueles que negociam demais no Paraná ou em Brasília. Estou sem entusiasmo para ficar como está”, escreveu.

O professor diz que vai gastar a sua energia em atividades acadêmicas e em organizações apartidárias e autônomas.

Claudio Andrade já chegou a ter pretensões políticas mais aguçadas. Durante a escolha do vice na chapa encabeçada por Cesar Filho, como então presidente do PHS, o professor teve o seu nome cotado para ocupar a vaga, mas em seu lugar a escolha recaiu sobre a ex-vereadora Eva Schran, também do PHS.  Nomeado Ouvidor do Município, Claudio Andrade tinha planos maiores. Chegou a colocar em prática a descentralização da Ouvidoria com reuniões programadas em bairros da cidade, com as presenças do prefeito, secretários e vereadores. Porém, o projeto não seguiu em frente. Ele pediu exoneração do cargo.

A postagem na íntegra

Há 15 anos no PHS, Partido Humanista da Solidariedade, onde fiz o que pude ao lado de muitos de vocês, homens e mulheres de bem,  estou passando o bastão para que os que ainda acreditam nesta  modalidade de força política e para os mais jovens.   Agradeço meus amigos e colegas de Partido onde  sempre respeitosamente tratamos de todas as questões de nossa cidade e de nosso Estado, pelo convívio, diálogo e abertura. Desejo a vocês, a perseverança e o entusiasmo tão necessários para continuar.

Acredito que o Partido precisa de uma necessária reoxigenação.

O ato de falar ou escrever com autonomia, independentemente de possíveis perigos deveria ser a máxima a ser internalizada por muitos, sem censura. Chamo  isto de ‘dizer-verdadeiro’, independente das consequências.  “Por hora”, diante disso, já decidi o que fazer independente do que possa acontecer, pois como escreveu Confúcio, ‘mais vale acender um fósforo do que maldizer a escuridão’. Não há mais sentido ficar ou emprestar palavra para aqueles que negociam demais no Paraná ou em Brasília. Estou sem entusiasmo para ficar como está. Estou declinando da máxima: “não há mais entusiasmo, mas sim, o continuar porque não encontrou-se  outro jeito de ser”. Não vou continuar, afinal todos somos livres para permanecer ou não permanecer. Pretendo gastar mais energia em minhas atividades acadêmicas e  em organizações  apartidárias e autônomas.  Quanto ao futuro, costumo dizer que mais do que do alto, depende de nós mesmos.  Não dá para dizer o que nos espera, até porque o homem é sempre um novo rosto na areia, todos os dias. 

Um grande abraço a todos !

Att.

Prof. Claudio Andrade.