22/08/2023

Claudio, só mais uma baixa?

Num texto laudatório, próprio dos filósofos, o professor Claudio de Andrade, figura proeminente no Departamento de Filosofia da Unicentro, elocubra em pontos diversos para deixar mais do que transparente uma insatisfação. Ele não está saindo da Prefeitura, do cargo de ouvidor-geral do Município, da Administração Cesar Silvestri Filho, exclusivamente para cumprir a sua missão celestial (com o devido respeito por sua reconhecida religiosidade e catolicismo militante) como professor universitário, mas porque não conseguiu colocar em prática tudo o que almeja como homem público subordinado à atual estrutura política do Município.

Ao longo da justificativa, o professor Claudio procura entremear declarações gentis ao prefeito Cesar Silvestri Filho, age sob a ótica do politicamente correto para com o grupo que ajudou a eleger, só que as palavras mais contundentes, expressas na entrevista à “Rede Sul”, são mais significativas que tudo. Ele sai desgotoso, para não dizer frustrado. Ele deixa ressoar seu contentamento por poder estar saindo, como se saísse da escuridão para um espectro de luzes. Compreensível, neste contexto, o raciocínio que faz acerca das dificuldades que engessam a Administração Cesar Silvestri Filho, imersa, segundo ele, na burocracia interna, na falta de comunicação entre assessores diretos, na incompreensão do público, que exige demandas antigas e imediatas, do querer fazer e não conseguir.

Ao mesmo tempo que fala de continuar sendo amigo do prefeito Cesar Silvestri Filho,  fala da sua expectativa de o PHS, seu partido, lançar um candidato a deputado federal em Guarapuava.

O prefeito Cesar Silvestri Filho tem um desafio considerável pela frente. Anunciará uma reforma administrativa para suprir a vaga de dois secretários (Obras e Educação) que estão afastados por força de uma ação judicial e também ocupar a vaga deixada pelo professor Claudio, questão de cunho político. Para a população, questão de cunho administrativo.

Cesar Silvestri Filho está há um ano como prefeito, após ter cumprido dois como deputado estadual e outros tantos em assessoria política parlamentar em Brasília.

Agora não há mais tempo, nem justificativas, para o improviso. As baixas já estão acontecendo naturalmente e as consequências políticas podem vir a curto prazo. Como diz a lei da natureza: o mundo dá voltas. E como deixa subentender o ex-ouvidor do Município, cada um tentou fazer a sua parte, mais do que podia, mais do que devia.

Cristina Esteche

Jornalista

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