22/08/2023
Política

Cohapar atrasa salários e obras são paralisadas

Guarapuava – O deputado Élio Rusch (DEM), líder da Oposição na Assembléia, cobrou, nesta quarta-feira (24), explicações do governo do Estado sobre atrasos nos salários de pedreiros e no repasse de material de construção, pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), para obras no interior.
De acordo com denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Cascavel (Sintrivel), os operários contratados para a construção de 153 casas populares em Cafelândia cruzaram os braços na última sexta-feira. Eles estariam com os salários atrasados há duas semanas. Antes, os operários recebiam em cheques para compensação no dia 26 de cada mês, mas o pagamento estava disponível apenas no dia 12 do mês seguinte.
As obras do Residencial Cafelândia I iniciaram há três anos, com previsão de entrega em um ano e meio, e, segundo o Sintrivel, há dois meses o Estado deixou de repassar materiais para o acabamento.
As denúncias de atraso nos salários dos operários se estendem a obras da Cohapar em outros municípios: Assis Chateaubriand, Braganey, Iguatu, Ibema, Maripá e Vera Cruz do Oeste.
“Parceria de um lado só não existe. O município cumpre a parte dele, que é doar o terreno e arcar com a infraestrutura. E o governo do Estado, como de costume, promete e não cumpre a parte que lhe cabe. Anuncia o lançamento, assina contrato, faz a festa, mas não entrega a obra e ainda deixa os trabalhadores na mão. Sem falar nas famílias que aguardam uma moradia digna.”, disse Rusch.
O deputado destacou que as obras são financiadas pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e que a Cohapar tem contratado profissionais autônomos.
“A Cohapar se beneficia dos recursos do FGTS, mas ela própria não recolhe o FGTS dos funcionários das obras porque eles trabalham como autônomos. É contraditório empregar esses profissionais sem as garantias do registro em carteira”, relatou.
Rusch lembrou que em 2002, durante campanha para o governo do Paraná, o então candidato Roberto Requião prometeu construir 200 mil casas em quatro anos.
“Mais de sete anos de mandato se passaram e pouco mais de 30 mil moradias foram entregues. Muitos projetos não saíram do papel e aqueles que estavam em execução agora estão com as obras paradas devido à falta de pagamento”.
A bancada da Oposição apresentou um pedido de informações à Cohapar sobre esses atrasos, tanto das obras quanto dos salários dos trabalhadores. A votação do requerimento foi adiada, a pedido da Liderança do Governo, para a próxima segunda-feira (1).

Fornecedores
O deputado Douglas Fabrício (PPS) também tem recebido denúncias em seu gabinete sobre o atraso no pagamento, por parte da Cohapar, aos seus fornecedores. Denúncia semelhante já havia sido apresentada pelo deputado Élio Rusch em maio de 2008. Na época uma auditoria foi realizada na empresa, mas os resultados não foram revelados. A única medida tomada pelo governo do Estado foi a demissão de dois diretores da Cohapar.
Fabrício está coletando dados para formalizar um pedido de informações à empresa de habitação do Paraná para saber sobre a dívida acumulada com os fornecedores em diversas cidades do estado.

Cristina Esteche

Jornalista

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