O Colégio Estadual Padre José Orestes Preima de Prudentópolis intensificou o ensino sobre a história e as relações geopolíticas entre Rússia e Ucrânia durante as aulas. Mesmo com a guerra ocorrendo há milhares de quilômetros, o conflito teve muito impacto na comunidade.
Conforme o diretor do colégio de 480 alunos, Leopoldo Volanin os alunos têm uma relação de identidade com o País dos antepassados deles.
Sempre foi trabalhado esse contexto geopolítico. Porém, agora, devido a situação atual e o sentimentalismo gerado devido a guerra, mesmo pela relação de descendência que existe na maioria de nosso povo e nossos alunos, este trabalho foi intensificado.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, cerca de 75% da população tem descendência europeia. E assim como as gerações passadas vieram para o Brasil por conta de um conflito [2ª Guerra Mundial], pessoas agora também estão emigrando do País devido outro confronto.
Tanto que o município passou a integrar a Comissão Nacional de Ajuda Humanitária e de Acolhimento a refugiados da Ucrânia, ‘Humanitas Brasil Ucrania’. O objetivo é ajudar os afetados pelo conflito. Além disso o prefeito, Osnei Stadler, emitiu uma nota se solidarizando com o povo ucraniano e deixando o município de portas abertas para recebê-lo.
Apesar do sentimento de “dor e revolta”, Leopoldo conta que os alunos têm demonstrado muito interesse pelos conteúdos. “Por mais que a guerra ocorra a milhares de quilômetros, há uma relação de identidade com a Ucrânia. Por outro lado, a oportunidade e o interesse em entender o contexto geopolítico, econômico, histórico e cultural que existe no Leste europeu e as consequências de isto acarreta sobre a Região e ao mundo”.
Estima-se que cerca de 600 mil descendentes de ucranianos vivam no Brasil, sendo 80% deles no Paraná. Mais de 130 anos após as primeiras ondas migratórias, que remetem a 1896, a cultura eslava ainda predomina no município. Tanto que a Região é conhecida como ‘Ucrânia Brasileira’.
ENTENDA O CONFLITO
As tensões iniciaram há muito anos e um dos pontos principais ocorreu em março de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Isso ocorreu sob o pretexto de que a Rússia estava defendendo os interesses do país e dos cidadãos de língua russa. De acordo com o pesquisador Washington Ramos dos Santos Junior, trata-se de um território “do qual a Rússia não vai abrir mão nunca porque está relacionado a defesa e ao acesso ao Mar Negro”.
Isso ocorre hoje, especificamente, por conta da geopolítica norte-americana de tentar evitar uma aproximação do continente europeu com a Rússia, principalmente da Alemanha. A Alemanha iria ampliar o consumo de gás natural da Rússia, sem depender que esse gás passasse pela Ucrânia.
Conforme Washington, o que ocorre agora é cortina de fumaça, “porque o que a Rússia está fazendo agora, ela vem fazendo desde 1992, já tem 30 anos. Mas só agora que o Ocidente, capitaneado pelos Estados Unidos, decide interferir de forma mais próxima, mais direta sobre o conflito”.
COBERTURA PORTAL RSN
Para entender todo o contexto da guerra que ainda está ocorrendo entre a Rússia e a Ucrânia o Portal RSN fez um série de reportagens explicando o conflito. Há também uma live especial com o professor e pesquisador Washington Ramos dos Santos Junior sobre os motivos e consequências do embate.
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