O valor da Cesta Básica de Alimentos de Guarapuava (CBAG) registrou um aumento de 4,88% em março de 2025, atingindo R$ 773,78. Os dados são do Núcleo de Estudos e Práticas Econômicas (Nepe) da Unicentro, que destacou o aumento como o maior patamar desde maio de 2024. Segundo os especialistas, o principal motivo para a alta foi o aumento nos preços dos hortifrutigranjeiros, como tomate (+68,95%) e banana (+19,07%), além de leite (+3,99%) e carne bovina (+1,99%).
De acordo com a economista Luci Nychai, responsável pelo estudo, o aumento dos preços dos insumos e as condições climáticas adversas foram os principais responsáveis pela alta. A oferta, especialmente de tomate, foi afetada pela combinação de excesso de chuvas e períodos de estiagem.
Foram considerados no levantamento 13 alimentos, incluindo: cereais, pão, legumes, frutas, laticínios, proteínas e óleo. Apesar do cenário preocupante, alguns alimentos apresentaram redução. São eles: o arroz (-7,18%), batata (-6,61%) e açúcar (-4,84%). Além disso, mesmo após uma sequência de altas desde abril de 2024, o café também diminuiu o valor, com uma baixa de -4,82%.
IMPACTO NO BOLSO
Outro ponto levantado no estudo foi impacto que a cesta básica causou no salário mínimo do guarapuavano. Em média, o gasto necessário com a cesta, consumiu 50,97% do salário mínimo (R$ 1.518) em março de 2025. Ou seja, um trabalhador que recebe um salário mínimo precisaria trabalhar 112 horas – quase três semanas – apenas para comprar os alimentos essenciais da família.
O estudo do Nepe revela que, para cobrir todas as despesas essenciais como moradia, transporte, saúde e educação, um trabalhador em Guarapuava precisaria ganhar R$ 5.463,94. O valor somaria quase quatro vezes o valor do salário mínimo atual.
COMPARAÇÃO COM OUTRAS CIDADES
Além de registrar forte alta, a cesta básica de Guarapuava está entre as mais caras do país, ultrapassando inclusive o valor praticado em diversas capitais. Enquanto a cesta básica local custou R$ 773,78 em março, valores menores foram registrados em Curitiba (R$ 772,83), Vitória (R$ 762,94) e Belo Horizonte (R$ 744,10).
De acordo com Luci Nychai, vários fatores explicam essa diferença. Entre eles, destacam-se os custos logísticos elevados, a distância dos principais centros de distribuição e, principalmente, a falta de competitividade no varejo local – especialmente no segmento de hortifrutigranjeiros.
*Por Kayla Lima (estagiária), com supervisão de Cristina Esteche.
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