22/08/2023


Guarapuava

Com atrasos em folha, médicos do Santa Tereza podem se desligar da instituição

Documento assinado pelo corpo clínico prevê desligamento no dia 30 de abril caso vencimentos atrasados não sejam pagos

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Um documento assinado por 42 médicos do Instituto Virmond, de Guarapuava, prevê o desligamento do corpo clínico do Hospital Santa Tereza, caso o pagamento de salários dos médicos não seja normalizado até o dia 30 de abril. Segundo o documento, os médicos estão com atrasos em folha desde novembro de 2017.

O caso veio à tona nessa terça feira (9), quando vereadores que integram a Comissão Municipal de Saúde repercutiram o documento assinado pelos médicos na plenária da Câmara Municipal.

De acordo com o vereador Pedro Moraes, que preside a Comissão, o documento dos médicos foi protocolado também junto à 5ª Regional de Saúde, Conselho Regional de Medicina e também junto à diretoria do Instituto Virmond.

“Nosso objetivo, enquanto comissão, foi de trazer o caso para pauta pública antes que algo pior pudesse acontecer e os serviços para toda região fossem paralisados sem aviso prévio a comunidade”.

No documento, recebido pela Comissão há cerca de duas semanas, os médicos argumentam que o Instituto Virmond responsabiliza o não pagamento à falta de repasse pontual dos valores do Programa de Apoio aos Hospitais Públicos e Filantrópicos do Paraná (HOSPSUS). De acordo com Pedro, o valor do repasse pelo Governo do Estado do Paraná, neste programa, é de cerca de R$ 250 mil.

“O hospital argumenta que aumentou muito a demanda do SUS devido ao momento de crise que o país passa, e, em contrapartida, diminuiu o número de atendimentos na ala particular. Isso já teria influenciado nos atrasos. A tabela defasada do SUS também influencia na hora de fechar o caixa da instituição no final do mês”.

Na visão de Terezinha Daiprai, vereadora que integra a Comissão, é importante lembrar que o hospital tem atendimentos particulares e uma abrangência em quase 20 municípios da região.

“Até que ponto este problema não está no controle de gestão?”, questiona a vereadora.

ARGUMENTAÇÃO

No documento assinado pelos médicos, eles argumentam que vivem para cuidar do próximo e precisam “ter a garantia de condições de trabalho e adequada e pontual remuneração que garantam a serenidade e dignidade que precisamos para exercer nossa vocação”.

A reportagem procurou a direção do Instituto Virmond para falar sobre o caso, mas até o fechamento desta matéria (17h) não teve retorno. Ainda não há informações de quando o hospital pretende pagar os médicos.

Cristina Esteche

Jornalista

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