22/08/2023
Cotidiano Guarapuava

Com aumento de 30% no preço das roupas, estar na moda ficou caro

Preço dos agasalhos aumentou quase 15%. Consultora dá dicas de como contornar o acréscimo para se manter na moda

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Consultora dá dicas de como contornar o acréscimo para se manter na moda (Foto: Reprodução/Pexels)

Novas composições de looks podem surgir do guarda-roupa, quando aquela ‘passadinha’ inocente pelas lojas pode se transformar em um grande gasto. Isso porque o aumento de 29,3% no preço dos itens de vestuário fez muita gente evitar comprar novas peças e reaproveitar o que se tem em casa.

A universitária Laís Gabriella Blacka sentiu no bolso a diferença nos preços. Com a chegada do inverno, ela viu a necessidade de comprar um casaco novo, e estava decidida a fazer a compra presencialmente. Até que ela deu uma olhada nas lojas.

Eu queria muito comprar um casaco para o frio, mas eu procurei na minha cidade [Pitanga] e achei os preços absurdos! Não encontrei nenhum por menos de R$ 400. Alguns a qualidade nem era tão boa, eu sei que grande parte eles compram em São Paulo. Por isso, as vezes eu prefiro comprar pela internet que sai muito mais em conta, com parcelamento até mais longo.

E assim, muitos consumidores têm optado pelas compras on-line ou até mesmo deixar de comprar por conta dos preços. De acordo com um levantamento feito pelo IEMI, os itens de vestuário aumentaram 29,3% em 2021, se comparados com a coleção de 2020.

POR QUE ESTÁ TÃO CARO?

Assim, a pesquisa contou com a participação de 100 empresas de confecções de abrangência nacional. Segundo o levantamento, 81% das empresas informaram que os preços dos produtos tiveram acréscimo por conta dos aumentos de custos de matérias-primas.

(Foto: Reprodução Pixabay)

Além disso, como todos os produtos, as roupas também sofreram impactos da inflação. No acumulado de 2022 a inflação sobre o setor de vestuário, medida pelo IPCA-IBGE, ficou em 7,34% em âmbito nacional. Já o Paraná teve impacto um pouco menor. mesmo assim chegou a 6,34%.

Conforme a economista da Unicentro, Luci Nychai, os agasalhos são itens de vestuário que mais apresentaram aumento no país, sendo de 13,87% e as calças compridas com variação acumulada de 10%. Dessa forma, a Laís não é a única que sentiu o acréscimo pesando no bolso. Mas a economista explica que a mudança tem uma explicação, impactada por vários fatores.

A sazonalidade influencia nesse aumento, porque é comum nos meses de maio a julho os itens de vestuários, principalmente, de inverno apresentarem alta de preços. Além disso, nesse ano, fatores internos como o aumento do dólar e externos, como lockdown na China, guerra, impactaram no Índice de Preços do Produtor Textil (IPP) que no acumulado de 12 meses ficou em 20% para a confecção e 11% para o vestuário refletindo a maior pressão de custos. 

Ela afirma ainda que o aumento nos custos de produção é devido ao encarecimento dos insumos importados, da energia e dos combustíveis, o que impacta também nos transportes. Não dá para deixar de fora, o crescimento dos custos da cadeia produtiva.

Principalmente, a partir do segundo semestre de 2020, com a desorganização do setor com a paralisação da produção e do comércio com as lojas fechadas por causa da pandemia.

Em 2022, os novos casos de covid-19 e a imposição de lockdown na China – de onde vem a maior parte dos acessórios, tecidos e outros insumos para a indústria têxtil brasileira -, também refletiram no aumento de preços dos produtos brasileiros. O que somou-se a aumentos dos preços dos insumos importados devido a desvalorização do real frente ao dólar.

COMO FICAR NA MODA GASTANDO POUCO

Com o aumento, surgem alternativas para contornar o preço alto e continuar na moda. A consultora de moda e stylist, Doroteia Mendonça conta que o importante é olhar o guarda-roupa e ver o que dá para atualizar.

Você precisa olhar para o seu estilo e ter uma lista de compras para evitar gastos. Agora está em alta os anos 80, glitter, roupas coloridas e principalmente, confortáveis, já que recentemente viemos da pandemia. Precisamos nos atentar para o momento e entender as tendências. Sempre aconselho minhas clientes a abrir o guarda-roupa, colocar uma música e vai tirando as roupas e compondo looks.

Monte look de acordo com o estilo e identidade (Foto: Reprodução/Pixabay)

Outra proposta da consultora é investir em blazers longos, peças com brilhos e ao contrário do que muita gente pensa, o tênis é uma ótima aposta para inovar o visual. “Pense em seus momentos de vida e se pergunte: ‘O que da moda combina comigo?’.

Pense que se o armário tivesse pegando fogo e você só tivesse tempo de pegar 10 peças. O que essas peças têm em comum? Olhe através dessas roupas e faça uma análise”.

Por isso, é necessário que o consumo consciente de roupas não seja apenas influenciado pelo preço, mas pelo estilo. Quando se sabe a identidade, evitamos gastos com itens que são comprados no calor do momento e influenciados pela ‘magia’ do provador.

As pessoas podem ter vários estilos. Porque somos uma mistura, nossa essência e personalidade é uma soma de coisas. Você pode repetir roupas, mas não necessariamente looks. Os brechós são uma opção interessante para você vender e comprar. Como também grupo de amigas que podem fazer trocas de roupas. Desapegue de roupas, libere energia para o novo e coisas novas. 

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Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

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