22/08/2023


Cultura e Entretenimento Paraná

Com fotografias e livros sobre os Yanomami, MUPA inaugura mostra de Claudia Andujar

Com quatro obras e dois conjuntos, as séries “Genocídio do Yanomami: morte do Brasil” (1989), formada de 228 fotografias, e “Catrimani” (1971 - 1972), composta por 10 obras

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Da série Catrimani (Foto: Claudia Andujar)

O Museu Paranaense (MUPA) abriu a exposição “Claudia Andujar: poéticas do essencial”. Com 24 obras e dois conjuntos, as séries “Genocídio do Yanomami: morte do Brasil” (1989), formada de 228 fotografias, e “Catrimani” (1971 – 1972), composta por 10 obras – todas inéditas no Museu. A entrada é gratuita.

Desde a década de 1970, o trabalho da fotógrafa e ativista Claudia Andujar com o povo Yanomami se tornou fundamental para a demarcação da Terra Indígena no Brasil. Assim, as imagens registram uma perspectiva íntima e significativa sobre a realidade desse povo. Há anos ameaçado por processos de exploração e degradação ambiental. Um recorte expressivo dessa longa trajetória ativista por meio da fotografia apresentado ao público na exposição.

AS OBRAS

Na mostra, os visitantes poderão conferir de perto trabalhos feitos ao longo das décadas de 1970 e 1980, de coleções importantes da carreira da fotógrafa. Desse modo, que registram temas como a vida comunitária nas aldeias, a floresta, os rituais e crenças do povo Yanomami. Na série “A Casa” (1970 – 1976), por exemplo, vemos o dia a dia do convívio comunitário, como os momentos de descanso e de preparo do alimento.

Já a série “Genocídio do Yanomami: morte do Brasil”, apresentada publicamente pela primeira vez em 1989, denuncia a situação enfrentada pelos Yanomami. Esse, que na época padeciam de doenças causadas pelo contato com mineradores e garimpeiros ilegais, realidade ainda bastante atual. Além das imagens em exposição, será possível acessar livros e documentos raros que narram a trajetória dos Yanomami e celebram sua cultura e sabedoria, como as publicações “Mitopoemas Yãnomam” (1978) e “Amazônia” (1978).

Dessa maneira, a exposição marca um momento importante para o Museu Paranaense pois, a partir dela, o acervo da instituição será ampliado com 31 das obras presentes na mostra, que passarão a integrar a coleção permanente do MUPA. Por fim, algumas foram gentilmente cedidas como empréstimo pela artista e pela Galeria Vermelho. Imagens que narram outros imaginários possíveis sobre culturas indígenas na coleção do museu, e cuja preciosidade celebra a trajetória fundamental da fotógrafa para a história do Brasil.

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Antunes

Jornalista

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