22/08/2023
Economia

Com o preço do álcool em alta, clientes estão preferindo a gasolina

O preço do etanol subiu a um dos patamares mais altos e em Guarapuava atinge até R$ 2,23, segundo pesquisa informal feita pela RSN em alguns postos de combustíveis da cidade. O valor por litro, porém, oscila e com muita procura o cliente encontra bombas que marcam R$ 2,18, outras, R$ 2,19.
“O aumento foi significativo. Aqui vendíamos a R$ 2,15 e agora está custando R$ 2,23”, disse Carlos Daniel que trabalha num posto de combustível no Bairro Bonsucesso.
A alta verificada no preço do etanol está fazendo o guarapuavano optar pela gasolina. “Quem tem carro flex está preferindo a gasolina que passou de R$ 2,08 para R$ 2,18”, comenta Ivone Correia, que trabalha em outro posto da cidade. Francieli Zanona que trabalha em outra bandeira de combustível avalia os demais colegas de profissão. “O nosso preço era de R$ 2,09 por litro e agora subiu para R$ 2,199 o que está fazendo muitos clientes preferirem a gasolina”, afirmou.
Empresários do setor atribuem a alta dos preços à escassez do produto nesta época do ano. E avisam que, se a chuva continuar nas regiões produtoras, o que dificulta a colheita da nova safra de cana, o consumidor pode esperar por novos aumentos nas próximas semanas.
Segundo o presidente do Sindicombustíveis-PR, entidade que reoresenta os postos, Roberto Fregonese, o álcool é um produto “inviável” fora da época de safra. “De março a novembro, temos a baixa de preços devido à colheita de cana. Fora desse período, os preços são muito altos. Aí o etanol fica economicamente inviável”, diz. Segundo ele, os preços tendem a baixar em breve, com o avanço da colheita. Programada para começar em fevereiro, a colheita foi adiada para março, por causa da estiagem que assolou várias regiões do estado no final de 2010. Das 30 usinas do Paraná, dez, a maioria no Noroeste, já iniciaram a moagem da cana, mas tiveram de interrompê-la por sete dias, agora por causa das chuvas que atingiram a região. A Alcopar prevê que outras quatro usinas iniciem os trabalhos nos próximos dias e as 16 restantes, em abril.

GASOLINA E GÁS DE COZINHA
Em sua última reunião, nos dias 1º e 2 deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) fez uma avaliação prospectiva das tendências de inflação e manteve a projeção anual de 4% para os reajustes totais dos preços administrados por contrato ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, água, telefonia, saneamento, transporte público e outros).
De acordo com a ata da reunião, divulgada hoje (10) pelo BC, o Copom estima que não haverá inflação nos preços da gasolina e do gás de cozinha neste ano. Mas, na prática, o consumidor já está pagando mais para encher o tanque do carro, como reflexo do aumento dos preços internacionais do petróleo, decorrente da instabilidade política em países fornecedores do produto, no Norte da África e no Oriente Médio.
O Copom manteve também as projeções de reajustes acumulados de 2,9% para as tarifas de telefonia fixa e de 2,8% para o alinhamento de preços no fornecimento de energia elétrica. O conjunto de preços administrados equivale a 29% em média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais. Em janeiro, teve peso de 28,90% no total do IPCA.
O cenário de referência para os preços administrados leva em conta as hipóteses de manutenção da cotação do dólar norte-americano em R$ 1,65 e o superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida) de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas e serviços produzidos no país. Essas projeções já incorporam os efeitos estimados do aumento do compulsório. (Com informações da Agência do Brasil).

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.