A nomeação dos servidores concursados que assumirão cargos no Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, a partir de setembro, trará mudanças restritivas ao Instituto. Isso porque, ao invés de aumentar, o quadro de funcionários ficará ainda menor. A avaliação foi feita pelo chefe administrativo do IML de Guarapuava, Obadias de Souza Lima Júnior, e notificada à Polícia Científica do Paraná no início desta semana. No início do mês, uma reportagem do Portal RSN já havia destacado a situação crítica que se anunciava.
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No documento enviado, o chefe administrativo comunica que o quadro funcional de setembro contará com quatro médicos legistas recém chegados, quatro auxiliares de perícias (motoristas do veículo de remoção dos cadáveres) recém chegados, dois auxiliares de necropsia recém chegados, um agente de apoio para funções administrativas, um funcionário do setor de limpeza e dois agentes de perícia concursados, sendo que, destes dois últimos, um encontra-se em licença médica e em processo de aposentadoria e, o outro, na chefia administrativa, respondendo também pelo procedimento de plantões na remoção dos cadáveres, exames de necropsias, liberação de cadáveres para familiares e assuntos administrativos.
Para que a jornada de 40h semanais para funcionários do Estado e de 20h para médicos legistas do Instituto seja respeitada, o chefe administrativo mapeia o quadro de funcionários necessário: oito médicos legistas, cinco ajudantes de perícia, cinco auxiliares de necropsias, dois agentes administrativos, quatro estagiários, dois funcionários para limpeza, um chefe administrativo e quatro enfermeiros para auxílio e atendimento a pessoas vivas em clínica médica legal e coleta de sangue.
Com a realidade distante do ideal, Obadias comunica no documento que, ‘caso não haja número suficiente de funcionários para o mês de setembro, este IML de Guarapuava pode deixar de atender algumas demandas do plantão de liberação de cadáveres’. Com o quadro atual, as escalas contariam com 17 plantões de auxiliares de necropsia e três de auxiliar de perícia. No que se refere ao plantão dos médicos legistas, a situação é mais grave. Na falta deles, o cadáveres precisariam ser encaminhados à Ponta Grossa para perícia e depois, retornariam para Guarapuava. O procedimento poderia levar até oito horas, podendo aumentar conforme a demanda.
ATENDIMENTOS
Na região, o IML de Guarapuava atende a 24 municípios. Em 2017, o Instituto produziu 397 exames em cadáveres, 2.179 exames em pessoas vivas, sendo destes 295 exames de conjunção carnal, 275 ato libidinoso, 1302 de lesões corporais, 199 em réus presos, 34 exames cíveis de DPVAT, 74 de sanidade física, dois de verificação de idade.
Em 2018, até o presente mês, o IML já realizou 208 exames em cadáveres e 886 exames em pessoas vivas, sendo 147 exames de conjunção carnal, 107 ato libidinoso, 537 lesões corporais, 209 em réus presos, 15 exames cíveis de DPVAT e 38 de sanidade física.