22/08/2023
Economia Paraná

Com venda das ações da Copel, Estado perde o controle majoritário

Venda deve estar concluída até sexta (11) e vai gerar cerca de R$ 3 bilhões ao Governo. Com privatização, a Copel se transforma em corporação

Copel (Foto: Divulgação/Copel)

Copel deixa de pertencer ao Estado (Foto: Divulgação)

Após movimentação na Bolsa de Valores a Companhia Paranaense de Energia (Copel) está privatizada. A ‘batida de martelo’ ocorreu nessa terça (8) e vai gerar cerca de R$ 3 bilhões para o Estado. De acordo com o resultado, as ações movimentaram R$ 5,2 bilhões, incluindo a venda de um lote suplementar. Conforme o G1, a oferta da Copel está entre as maiores já feitas na B3 nos últimos anos. Perde somente para a movimentação da BRF, R$ 5,3 bilhões, em julho deste ano. E também da Rumo, com R$ 6,4 bilhões, em agosto de 2020. A Copel atraiu vários estrangeiros e desde o fim da semana passada a demanda já superava os R$ 10 bilhões.

De acordo com a Copel, a ações foram vendidas a R$ 8,25, um ágio de 5% em relação ao preço de referência estabelecido em 26 de julho, de R$ 7,85 por ação. No pregão desta terça, a ação fechou em R$ 8,31. Entretanto, quando lançou a oferta, a Copel informou a venda inicial de 549 milhões de ações ordinárias, com direito a voto.

A distribuição primária de 229,9 milhões pretende arrecadar recursos. O dinheiro é para pagar a renovação da concessão de três hidrelétricas, que vencem em dezembro. Já o governo do Paraná vendeu 319 milhões de ações, reduzindo a participação na empresa. A partir dessa privatização o Estado deixa de ser dono da Copel. Isso porque ela se transforma em corporação. Ou seja, sem dono.

INTERESSADAS

Conforme as informações, a gestora norte-americana GQG deve ficar com US$ 100 milhões das ações. A também americana, Zimmer, que investe no setor de petróleo, energia e saneamento, é outra interessada. Entre os papéis na carteira dela estão a Duke Energy, a Cheniere Energy, de Houston e a Eletrobras. A gestora carioca SPX e a 3G estão ainda entre as que teriam feito reserva. Todas têm até esta sexta (11) para concluir a transação.

DESDOBRAMENTO

O deputado estadual Arilson Chiorato (PT), que é contra a venda da estatal, disse que a negociação deve ser alvo de investigação criminal. “O que nos resta agora é aguardar as decisões do Tribunal da Justiça no mandado de segurança pedindo a suspensão de decisão do Tribunal de Contas contra decisão do conselheiro Maurício Requião que suspendia esse processo. Ainda estamos aguardando uma liminar do STE sobre uma ADI impetrada pelo PT em nível nacional. Há muitos atos inconstitucionais na lei aprovado  no ano passado e que dá origem ao processo de privatização”.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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