Começa nesta quinta (23), o julgamento de Wagner Oganauskas, denunciado como responsável pela morte da ex-esposa, Ana Paula Campestrini, em Curitiba no dia 22 de junho de 2021. Ela foi morta a tiros quando chegava em casa. A situação ocorreu no bairro Santa Cândida, na capital, em um caso de lesbofobia. Conforme o Ministério Público, o denunciado não teria aceitado o novo relacionamento da ex-esposa, com uma mulher.
A denúncia, concluiu que Wagner contratou uma pessoa para matar a ex-esposa. Assim, houve denúncia contra o ex-marido, Antonio Ramon, o agressor contratado e amigo de Wagner e uma terceira pessoa. Esta última teria apagado do celular conversas mantidas com o mandante. Isso para induzir os peritos e autoridades judiciais a erro. No julgamento desta semana vão passar pelo júri os dois primeiros réus. O último aguarda decisão do STF para ir para julgamento. A vítima deixou três filhos, de 16, 11 e 9 anos.
CÂMERAS DESLIGADAS
De acordo com o Ministério Público, por conta do novo relacionamento da mulher, o acusado teria passado a “empreender diversos constrangimentos e problemas contra a vítima”. Como por exemplo, dificultando o livre acesso dela aos filhos do casal e aos bens adquiridos durante o casamento. Assim, motivado pela lesbofobia demonstrada com o inconformismo perante o novo relacionamento da ofendida […] e munido de egoísmo ao não acatar às reiteradas decisões judiciais em prol da devida divisão de bens entre os ex-cônjuges”.
Ainda segundo a denúncia, o homem teria pago o valor de R$ 38 mil em troca da morte da ex-esposa. Desse modo, para executar o crime, o réu teria intencionalmente, autorizado a emissão de carteirinha do clube do qual era presidente para que a mulher pudesse levar os filhos ao local. Além disso, desligou as câmeras de segurança. Isso para que o autor dos disparos pudesse seguir a vítima do clube até a casa, executando o crime sem possibilidade de reconhecimento
MACHISMO
Ainda existem as qualificadoras de feminicídio. Além de utilizar recurso de dissimulação que dificultou defesa. Por fim, motivo torpe. A conduta dos denunciados, reforça o Ministério Público, demonstra “inaceitável machismo e intolerável misoginia, que naturalizam a violência de gênero e perpetuam a desigualdade entre homens e mulheres, o que é rechaçado pela Constituição Federal”.
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