Acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Guarapuava, Pinhão e Boa Ventura de São Roque, fazem horta orgânica em regime de mutirão. A produção será para doação à famílias da cidade que sofrem com a pandemia do coronavírus.
De acordo com o MST, em Guarapuava o acampamento ‘Encontro das Águas’ iniciou a horta Antônio Tavares. A plantação será num espaço de cinco mil metros quadrados. Conforme as informações, a comunidade é formada por 90 famílias e existe há três anos, na luta e na produção de alimentos.
Perci faz parte da coordenação do acampamento, e conta qual é a produção da comunidade: “Nós produzimos, além da horta, feijão, milho, arroz, abóbora, pra tirar o sustento. Tudo orgânico, sem nada de agrotóxicos pra produzir um alimento mais saudável pra mesa de quem consome”.
Entretanto, em Pinhão a comunidade Nova Aliança, vai produzir também em cinco mil metros quadrados. Conforme a acampada Jandira, ela viva nesse local há cinco anos. “Estamos fazendo uma horta orgânica e comunitária, vamos trabalhar todos juntos”.
Todavia, o camponês Rivail Domingues, do acampamento ‘Claudete Vive’ disse que as 65 famílias em apenas dois anos de comunidade já conseguiu doar 1,5 tonelada de alimentos às famílias urbanas que já passam por dificuldades por conta da pandemia.
“Hoje eu me sinto uma pessoa fortalecida, que encontrou uma oportunidade. Me sinto uma pessoa realizada, mesmo acampado”.
TODAS ESTÃO PRODUZINDO
De acordo com o MST, todas as comunidades que integram o Movimentam estão produzido com a mesma finalidade. As hortas foram iniciadas no sábado (2). Desde o início da pandemia, as comunidades paranaenses do MST doaram cerca de 85 toneladas de alimentos saudáveis a quem mais precisa.
Conforme as informações, os espaços coletivos de produção têm de cinco a 13 mil metros quadrados e foram iniciados também em Castro, Clevelândia, Maringá, Quinta do Sol, Centenário do Sul e Planaltina do Paraná. Em Cascavel, a comunidade Resistência Camponesa começou a Agrofloresta Antônio Tavares, com 10 mil metros quadrados.
HOMENAGEM
A data de início das produções foi escolhida como forma de homenagear o agricultor Antônio Tavares, morto pela Polícia Militar do Paraná no dia 2 de maio de 2000. O fato ficou conhecido como massacre da BR-277.
Antônio Tavares Pereira tinha 38 anos e era pai de cinco filhos. A violência ainda deixou cerca de 300 feridos naquele episódio.
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