Os caciques e líderes indígenas do Território Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, aprovaram nessa terça (20) o cronograma, a metodologia e o roteiro do estudo da Nova Ferroeste. De acordo com a Agência Estadual de Notícias, o encontro virtual reuniu membros da comunidade. Além disso, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A empresa foi contratada pelo governo estadual para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
Os trilhos da Ferroeste já passam perto da Comunidade Rio das Cobras, onde vivem 3,2 mil pessoas. No entanto, agora com a Nova Ferroeste, a ideia é avaliar se haverá algum impacto novo na vida dessa população com o aumento do transporte de cargas. Esta é a única área indígena ao longo dos 1.285 quilômetros que conectarão Maracaju (MS) a Paranaguá (PR).
RIO DAS COBRAS
Vivem nas aldeias as etnias Kaigang e Guarani. É uma área de 19 mil hectares que foi destinada pelo Governo do Paraná em 1901. A maioria dos habitantes vive da lavoura. Conforme Rodrigo Bulhões, coordenador do Componente Indígena de Transporte e Mineração da Funai, o estudo vai levar cinco meses. “As equipes vão realizar entrevistas, fotografar e organizar os dados coletados para produzir o relatório”.
Desse modo, os pesquisadores vão avaliar diversos aspectos que podem influenciar a vida nas aldeias da Região. Com a revitalização do traçado atual entre Guarapuava e Cascavel e a ampliação da linha férrea, a rotina de quem vive próximo aos trilhos deve mudar.
De acordo com o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, nesta Região o novo traçado vai se manter muito próximo ao atual. Além disso, as novas locomotivas híbridas, movidas a óleo diesel e eletricidade, serão muito mais silenciosas em relação às atuais. “Certamente o vencedor do leilão vai trabalhar com equipamentos mais modernos”.
No início do mês, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e da Funai visitaram o Paraná. Na oportunidade os técnicos sobrevoaram a área e também percorreram de trem o trecho em que a ferrovia se aproxima da Região. O ponto mais aderente tem 1,5 quilômetro.
NOVA FERROESTE
Conforme a Agência, o projeto prevê a ampliação e modernização do traçado atual da Ferroeste. Os trilhos vão entrar no Paraná por Guaíra e seguir até Cascavel, onde se encontrarão com a ferrovia já existente. Lá também será o destino de um ramal previsto até Foz do Iguaçu.
De Cascavel, a Nova Ferroeste desce em direção à Região Metropolitana de Curitiba. Depois contorna a Capital até a Serra do Mar. E só então chega ao Porto de Paranaguá. A ferrovia vai passar por 41 municípios e será o segundo maior corredor de exportação de grãos e contêineres do País em volume de carga.
O projeto ainda está em fase de estudos ambientais e deve ficar pronto no fim do ano. A partir de janeiro estão previstas audiências públicas em todas as Regiões do traçado. Por fim, a Nova Ferroeste deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no primeiro semestre de 2022. Assim, a empresa vencedora vai executar o projeto e poder explorar o empreendimento por 60 anos. A iniciativa privada vai investir R$ 25 bilhões.
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