22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Comunidade quer evitar que estádio Rubem de Melo seja arrematado

Paulo Lima sugeriu ao prefeito Cesar Filho uma permuta com outros lotes como parte das dívidas que a empresa possui com o Município

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Comunidade quer evitar que estádio Rubem de Melo seja arrematado (Foto: Divulgação/Grêmio Madeirit)

A polêmica sobre o leilão do estádio Rubem de Melo está mexendo com a comunidade em Guarapuava, já que a cidade pode perder o estádio de futebol ligado à equipe do Madeirit, um dos principais times do esporte amador da cidade. Para se ter uma ideia, a equipe é a única do município até agora a conquistar o título de campeã da Taça Paraná, na categoria adulto, em 2004.

E para não deixar que essa história se apague com a ameaça do leilão do estádio nesta segunda (leia mais abaixo), lideranças de bairro e integrantes do Grêmio Recreativo e Esportivo Madeirit se mobilizam, inclusive nas redes sociais. Uma dessas lideranças é Paulo Lima, ex-coordenador do Procon da cidade. Assim, ele afirmou que se sensibilizou com a causa, por ser morador do bairro e por conhecer um pouco da história do Madeirit no futebol Guarapuavano.

Me senti na obrigação de pelo menos tentar fazer algo, conversei com ex-funcionários da empresa e que acompanham a massa falida. Procurei pelo prefeito Cesar Filho para que ele verificasse a possibilidade de que esta área ficasse para o município.

Além disso, Paulo Lima sugeriu ao prefeito, que se propusesse como permuta esse lote e outros como parte das dívidas que a empresa possui com o Município. “O prefeito prontamente aceitou e achou válida a nossa ideia dando encaminhamento na hora para o Procurador levantar a situação e a possibilidade de concretizá-la. Nossa luta é para que pelo menos essa área seja arrematada (ou permutada) pelo Município”.

Com isso, no futuro além de disponibilizá-la para a área do esporte, o local também poderá receber futuros investimentos públicos para a população desta Região. Conforme O presidente do Grêmio Recreativo e Esportivo Madeirit, Pedro Aurelio Gonçalves, durante os 65 anos a posse sempre foi consensual, ininterrupta e nunca contestada por diretores da empresa.

“O Grêmio Madeirit é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. Portanto, não tem relação com as dívidas contraídas pela executada Indústrias Madeirit e nunca dependeu financeiramente da empresa”.

Diante disso, a diretoria do Grêmio Madeirit se ressente com o atual cenário que entristece, não apenas a equipe, mas o futebol amador de Guarapuava.

USUCAPIÃO

No sábado (20), em entrevista ao Portal RSN, o presidente do Grêmio Recreativo e Esportivo Madeirit, Pedro Aurelio Gonçalves, afirmou que embora o estádio pertença ao Grêmio Recreativo e Esportivo Madeirit há 65 anos, a área está vinculada à massa falida das Indústrias Madeirit.

Assim, foi incluída na lista dos bens que vão à leilão nesta segunda (22). Porém, foi solicitado judicialmente o usucapião e a retirada do imóvel de 19 mil metros quadrados da lista de bens a serem leiloados. Entretanto, conforme os advogados Claudio Manoel Laroca e Gabriel Laroca, a juíza negou a retirada.

Mesmo assim, os advogados agravaram ao Tribunal de Justiça alegando que a posse do imóvel é anterior à decretação de falência da empresa, em 2009. “O pedido de usucapião continua tramitando, independente se o imóvel for arrematado nesta segunda (22)”.

MASSA FALIDA

A massa falida da GVA Madeirit, uma das maiores empresas que Guarapuava já teve, vai a leilão nesta segunda (22). A empresa que fabricava placas de madeira, faliu em 2008. Porém, nos últimos 10 anos, a administração assumiu a massa falida, que desde 1995 passou a ser chamada GVA Madeirit.

Conforme o histórico da empresa, com uma dívida de mais de R$ 30 milhões, o leilão servirá para pagar trabalhadores, fornecedores e o governo. De acordo com o edital do leilão, no total são nove lotes, entre imóveis, terrenos, materiais de escritório, maquinários e sucatas, que juntos somam R$ 37.125.407,91 milhões.

De acordo com reportagens veiculadas pelo Portal RSN, para arrecadar recursos e quitar parte da dívida com os funcionários, a empresa já fez vários leilões no decorrer dos últimos anos. Porém, o período também foi marcado por manifestações em frente ao Fórum de Guarapuava.

Assim, no passado, boa parte dos 250 trabalhadores que foram demitidos começaram a receber o crédito que tinham junto à empresa. O atual leilão servirá para pagar o restante das dívidas.

LEILÃO

O leilão será on-line, comandado pelo leiloeiro público Helcio Kronberg. Para participar, os interessados precisaram se cadastrar no site https://www.hkleiloes.com.br com pelo menos dois dias de antecedência.

Conforme o leiloeiro, na primeira tentativa de leilão, nesta segunda às 10h05, os bens somente podem ser vendidos pelo valor de avaliação. Entretanto, se não forem vendidos, uma outra tentativa de leilão será feita em 29 de junho de 2020 com 50% de desconto do valor avaliado.

“O arrematante poderá parcelar o valor em até 30 parcelas mediante 30% de sinal, mas os lances à vista têm
preferência sobre lances a prazo. Porém, os lotes 3, 4 e 9 não aceitam parcelamento”.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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