Concurso cancelado: ninguém sabe, ninguém viu

Enquanto a propaganda paga corre solta em alguns veículos de comunicação, a valores altíssimos, a Prefeitura de Guarapuava não emitiu nenhum comunicado oficial sobre a sentença judicial que cancelou, por “tempo indeterminado”, o concurso público que deveria começar neste sábado, com provas na área de saúde.

O pedido de cancelamento foi feito pelo Ministério Público do Paraná, a partir de uma ação movida pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais. As irregularidades vão desde a publicação do edital (na chamada para agrônomo, por exemplo, o edital pede que o concorrente tenha conhecimento sobre o solo do Rio de Janeiro) até a contratação das empresas (uma delas, a Requena, tem como sede um apartamento residencial no centro de Curitiba, sem telefone).

O prefeito Fernando Ribas Carli não escondia sua alegria. “É o maior concurso público da história de Guarapuava”, anunciava. Estima-se que os organizadores tenham arrecadados perto ou mais de R$ 1 milhão com as inscrições, que variaram de R$ 20,00 a R$ 100,00, entre 16.000 inscritos para pouco menos de 750 vagas.

Esse batalhão de pessoas amanheceu neste sábado sem ter nenhuma informação oficial e segura. Assessores jurídicos da Prefeitura trabalham o quanto podem em cima de jurisprudências em busca de uma saída para reverter a decisão judicial.

Até hoje, porém, o prefeito Fernando Carli e seus assessores não se manifestaram acerca das irregularidades. Por muito menos, os concursos de Cascavel e Toledo já haviam sido cancelados. O Sindicato dos Servidores de Guarapuava alertou para o problema, mas a Administração Carli preferiu acreditar que a Justiça faria “vistas grossas”.