22/08/2023




Guarapuava

Confesso que tento, mas não consigo! | Cristina Esteche

Confesso que tento, mas não consigo, saber o que se passa na cabeça de algumas pessoas. Principalmente, daquelas que possuem influência sobre a grande massa, como é o caso de quem cria uma campanha publicitária, ou de lideranças políticas. Mas o fato é que casos recentes chamam a atenção pelo absurdo da intolerância.

O primeiro deles diz respeito à cura gay. Por mais que pense, que busque controvérsias, não consigo entender porque o fato de uma pessoa amar o igual incomoda tanto. Outro me remete a uma matéria que li na Revista Forum sobre um casal negro que foi acusado de querer sequestrar uma criança branca. O fato é que o casal, que mora em Bagé (RJ) foi até um supermercado na noite dessa segunda, dia 09 de outubro, e com a permissão da senhoria, levou junto o neto da mulher. Não precisou de muito tempo para que uma empresária avisasse a avó do menino sobre a “tentativa de sequestro”.  

Já na delegacia, após o caso ter sido esclarecido, o próprio delegado de polícia orientou os ofendidos a deixar o caso “prá lá”, mas o casal diz que vai até as últimas consequências pela acusação de racismo.

Tão grave quanto uma pessoa ser julgada e subjugada pela sua opção sexual e pela cor da pele, foi uma campanha da Dove americana. Uma sequência de fotos mostra uma negra se tornando branca após usar uma loção da marca.

Segundo a Forum, a campanha causou revolta entre internautas, fazendo a Dove retirar o post e pedir desculpas no seu perfil oficial.

Esses são casos que ganham repercussão porque estão na mídia. Mas quantos outros acontecem diariamente sem ter visibilidade? Confesso que tento, mas assumo que não consigo entender os absurdos “fabricados” pela mente humana, em especial nesses últimos tempos. E o que é ainda pior: os discursos e as propostas unilaterais, extremamente conservadoras e separatistas ganham eco pelo mundo afora, começando pelo discurso bizarro de Donald Trump, o vencedor das eleições nos Estados Unidos. Por aqui, no Brasil tupiniquim, o extrema direita Jair Bolsonaro consegue ter adeptos em todos os cantos do país. Aqui em Guarapuava, também possui seguidores. E não são apenas eleitores da classe média alta, como muitos pensam. Pobres, negros, gays, mulheres – que o diga a dupla Pepê e Nenem -, e outros, fazem parte do público que aplaude o opressor.

Realmente, não consigo entender! Que Deus nos acuda! 

Cristina Esteche

Jornalista

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