22/08/2023
Cotidiano

Congestionamento em servidores dificulta emissão de Nota Fiscal Eletrônica

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Guarapuava – As empresas que já são obrigadas a emitir NFE (Nota Fiscal Eletrônica), como as indústrias do ramo madeireiro que processam toras, estão tendo dificuldades para vender seus produtos. E não por uma questão de mercado. Mas porque congestionamento nos servidores da Celepar, que centraliza todo o processamento de dados do Estado, dificulta a emissão do documento, obrigatório para a venda. A ACIG (Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava) está reivindicando a solução do problema e vai encaminhar ofício ao Governo do Estado e aos deputados da região. A associação também pretende cobrar pessoalmente de representantes do governo.
Na região de Guarapuava, em torno de 1.100 empresas passaram, desde 1 de setembro, a ter de emitir a nota. No Paraná, foram cerca de 15 mil. Até dezembro o número aumentará. Em 2011, mais ainda, pois a obrigatoriedade passará a valer para o comércio. Nesse setor, atualmente, apenas as concessionárias de veículos novos têm de emitir o documento.
É justamente no setor de veículos que se pode ter ideia dos transtornos causados não apenas às empresas, mas também aos clientes. “Tem pessoas que vem comprar carro e estão voltando sem poder levar o automóvel. Os clientes ficam irritados e muitos não entendem que a causa do problema não é nossa”, afirmou o contador de uma concessionária de veículos, Silton Luiz Siqueira. “É um teste de paciência”, resumiu. Nesta segunda-feira, por exemplo, ele diz que o sistema ficou fora do ar durante toda a tarde. Sabendo da exigência da NFE, a empresa investiu em equipamentos. Instalou softwares e duas conexões banda larga de alta velocidade. “Nosso sistema está 100%. Mas eles (Receita Estadual) parecem estar sem estrutura e não aguentaram a entrada das empresas”.

Alternativa
Uma alternativa ao problema seria elaborar a DANFE (Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica) por formulário de papel. Mas custa caro: R$ 1,60 por nota. Outra solução seria a utilização do SCAN (Sistema de Contingência do Ambiente Nacional). Para isso, o Paraná precisaria autorizar a utilização do sistema, o que não vem acontecendo.
O vice-presidente da Acig para assuntos de prestação de serviços, Rui Primak, que atua na área de software, critica a forma concentrada que o Paraná escolheu para aderir à nota fiscal eletrônica. “O Protocolo Nacional começa em 2010, dividido em várias etapas. O Paraná ignorou e decidiu fazer de uma vez só”.
A preocupação de Primak é que a situação piore à medida em que mais empresas passem a ser obrigadas a emitir a nota. “Hoje foi atingido cerca de 10% das empresas, quando entrar a grande massa, que é o comercio, varejo e prestadores de serviços, vai travar”. Primak explicou que os servidores da Celepar estão continuamente parando e o tempo de resposta gira em torno de 30 segundos. ‘Em outros estados, como o Amazonas, o tempo de resposta está na faixa de um segundo”.

Link para verificar a disponibilidade dos servidores: http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/VerificacaoDeServicos/VerificacaoServicos.aspx

Cristina Esteche

Jornalista

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