Amor de mãe é a mais elevada forma de altruísmo.
Emprestei essas palavras do grandioso Machado de Assis, mas me limito a dar os créditos pela grafia, pois tal semântica é universal. Altruísmo é a capacidade de agir em benefício do outro e nós bem sabemos que nada supera a capacidade de doação de uma mãe.
Um amor tão intenso, que transforma mulheres em guerreiras dispostas a enfrentar qualquer batalha por seus filhos.Amor de mãe é único, é especial. E, por vezes, o filho também é muito especial!
Então, em homenagem ao Dia das Mães, o Portal RSN abriu espaço para divulgar depoimentos de três mães de filhos com deficiência.
PRISCILA VOLOCHATI
Sou mãe do Murilo, um menino com autismo, que hoje tem seis anos.
Ele teve o diagnóstico fechado com dois anos e meio e desde então faz tratamentos e terapias. Para muitas famílias, o diagnóstico é um susto, mas eu já percebia que ele era diferente e naquele momento não pensei em mais nada, a não ser dar todo suporte necessário para o desenvolvimento dele.
As dificuldades começaram logo quando ele foi para creche. Além das dificuldades dele, ainda tinha que enfrentar a falta de preparo de alguns profissionais. Com quase cinco anos, ele aprendeu a falar. Foi o momento mais incrível da minha vida, poder ouvir ele me chamar de “mãe”, apesar de as demonstrações de carinho e amor serem constantes.
Quando ele começou a frequentar a escola, vieram os mesmos problemas: a falta de preparo, o preconceito. Não sei o qual machuca mais… Eu tive que recorrer à justiça no ano passado. O Murilo é uma criança esforçada e dedicada, além de muito carinhoso e esperto. Eu sei que nossa caminhada está apenas começando, mas eu irei estar sempre ao lado dele. Eu tenho muito orgulho dele.
A vida de uma mulher sempre muda quando ela se torna mãe, mas ter filho especial muda nossa alma.
FRANCIELE SOARES
Falar sobre meu filho* é muito fácil. Começa tudo pelo amor, carinho, e muita, mas muita fé.
No início, achei que não conseguiria mais ele nos ensinou e nos ensina dia após dia, mais e mais. Um menino cheio de vida, que nunca desistiu de querer viver e lutar pela vida. Com os olhos, mostra que ele é capaz de coisas que muitos duvidam.
A vitória de etapas conquistadas são certas, pois estamos aqui para fortalecê-lo e vê-lo crescer, meu pequeno vitorioso.
*Pedro Henrique, 6 anos, tem deficiência intelectual (Síndrome do Cromossomo 14).
ELIDIANI CADINI DE LIMA
Quando descobri que estava grávida, foi uma sensação indescritível.Eu tinha 18 anos apenas, porém já no 3° para o 4° mês ficamos sabendo que nosso filho nasceria com uma deficiência, a qual não podiam saber quais sequelas teria.
No dia 5 de março de 2001 nasceu o nosso Higor, com diagnóstico de holoprosencefalia (paralisia cerebral severa). Isso resultou em uma revolução na nossa família: mudamos de cidade e em primeiro lugar, aceitamos a doença e fomos nos adaptando para dar melhor qualidade de vida pro nosso Higor.
Aprendi a ser forte, a lutar e a decifrar os sentimentos dele através do olhar, sentimentos de “onde será que dói?”, “Será que temos que internar de novo?” E com esse discernimento que vem de Deus, para um pequeno que conforme os médicos diziam que sobreviveria até no máximo 9, 10 anos, hoje ele está com 18 anos, é nosso bebê, nosso anjo, que por intermédio desse “sim” que demos, eu e meu esposo, recebemos muitas bençãos e graças.
Não sabemos o dia de amanhã, porém com todo sofrimento que ele já passou, por centenas, pra não dizer mais de mil noites de hospital nestes 18 anos, pedimos a Deus que a cada dia nos fortaleça pra seguir adiante até o dia que Ele permitir.