Consultor alerta sobre os riscos das pirâmides financeiras

Para não cair em golpes como as famosas e antigas pirâmides financeiras é preciso ficar atento. Com a internet, esses grupos se potencializaram e conseguiram uma divulgação maior no mercado. O Ministério Público vem investigando dois grandes grupos que se enquadram nessa perspectiva de pirâmide a Telexfree e a BBom. Em Guarapuava, o consultor Marcos Duda previne sobre as diferença e os perigos desse golpe.

Duda explica que o caso já é um velho conhecido do segmento. “Sempre atuaram no Brasil, mas antes não era tão forte, pois não havia tanta divulgação. Como as pirâmides desabavam antes das investigações (entre 1 e 3 anos), o Ministério Público (MP) na maioria das vezes não conseguia ser tão eficaz como agora está sendo. Com a impunidade, aumentou o número de pirâmides e elas estão ficando mais sofisticadas, tendo CNPJ e até recolhendo impostos, além de terem um produto ou um pseudo-serviço”.

O consultor explica a diferença entre o Marketing Multinível (MMN) e as pirâmides financeiras. “(MMN) ou Marketing de Rede é um canal de distribuição de produtos e serviços que visa levar o produto da fábrica diretamente ao revendedor ou consumidor final. Com isso, as empresas não precisam fazer publicidade e repassam aos seus distribuidores a verba que economizaram, juntamente com as comissões de venda. Essa economia gerada é paga em forma de bônus e comissões para a rede de revendedores, evitando a competição entre eles e ainda usando a ferramenta mais poderosa de divulgação que é a propaganda boca-a-boca. Vale salientar que no MMN Legítimo você nunca corre risco de perder o investimento, porque recebe produtos com nota fiscal em sua casa no mesmo valor da compra efetuada, e pode revendê-los de forma a recuperar o capital investido. Já algumas pirâmides chegam a alegar que remuneram no prazo de 12 meses em até três vezes o investimento, alegando que ela mesma vai vender produtos e serviços com lucro para viabilizar esse retorno fantástico, acima de qualquer investimento existente no mercado. Além do contrato não garantir isso como promovido na oferta, matematicamente vemos que dependem da entrada de novos membros para honrar os pagamentos, formando um esquema ponzi (pirâmide financeira). Sem contar que existe a oportunidade de com o mesmo CPF ou CNPJ comprar diversas posições na rede. Além de não ter foco em produto ou serviço, o que a pirâmide faz é remunerar muito mais do que recebe”.

Para não cair em um desses casos Duda salienta alguns critérios. “Recomendo verificar se a empresa é filiada à ABEVD (Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta), ou à DSA ou WFDSA, que são as entidades que exigem o cumprimento de um código de ética e conduta, e auditam as empresas associadas nas práticas que exercem. Estas são as únicas entidades confiáveis existentes. Cuidado, pois criam-se falsas entidades para também maquiar os golpes. Além disso, é muito importante fazer uma cópia da apresentação da oferta e do contrato e entregar para um advogado analisar. Assim, o interessado saberá se realmente a empresa garante o que promete. Outro cuidado é se realmente se necessita do que está comprando, ou existe mercado para o que está investindo. Se perceber que na grande maioria das pessoas o produto não tem uso, ou possui concorrentes com preços muito menores em qualidade equivalente ou superior, fica lógico que é impossível a empresa cumprir o que promete”.

Como identificar uma pirâmide

1- Pirâmides prometem pagamentos sobre produtos e serviços ainda não vendidos ou habilitados, fazem você acreditar na promessa que usarão seus investimentos para realizar um mega negócio com retorno de até 300% ao ano.

2- Vendem que é possível ganhar dinheiro sem vender nada e muito menos recrutar alguém, como se fosse um investimento em um fundo.

3- Prometem riqueza e mudança de vida em poucos meses.

4 – Quando existe um contrato, observará que o objeto do contrato geralmente é diferente daquele que é promovido, e geralmente não inclui as garantias de ganhos.

5 – Os ganhos são exclusivamente provenientes do que se paga à empresa e geralmente não há ganhos por revender os produtos ou serviços a consumidores finais não participantes do esquema.

6 – Incentiva-se grandes investimentos que chegam a ser dezenas de milhares de reais em múltiplas compras dos pacotes oferecidos.

7 – A utilização do produto ou serviço é irrelevante. O que conta é recrutar novos participantes.

Marcos Duda também possui um blog onde comenta sobre as pirâmides, MMN, e ainda, traz uma lista de empresas que utilizam o MMN e são reconhecidas no mercado.  www.marcosduda.com.br