Embora seja contra-indicado para a saúde mental, o consumo de bebidas alcoólicas cresce durante o isolamento social. Em Guarapuava, por exemplo, supermercados e principalmente, mercados nos bairros registraram um acréscimo de até 25% nas vendas desses produtos durante esse período.
“As pessoas estão em casa. Então está sendo comum tomar uma caipirinha ou cerveja”, disse Amália de Oliveira, caixa de mercado da cidade. Conforme Fábio Martins da Silva, que trabalha como repositor, essa procura cresce muito nos fins de semana. “Muitas pessoas continuam levando uma vida normal, com churrascos e amigos em casa”.
Entretanto, essa postura que vai de encontro com a prevenção do coronavírus, também não combina com saúde mental. De acordo com o psiquiatra Cleber Ferreira, de Guarapuava, recentemente a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu aos governantes que limitem a questão de bebidas alcoólicas.
“Já se observou um aumento significativo nesse consumo. A TDC [tipo a Anvisa no Brasil) nos Estados Unidos já emitiu alerta nos Estados Unidos”.
Conforme o psiquiatra, por estarem mais em casa, as pessoas sentem tédio, ansiedade, fatores que são um gatilho para o consumo de bebidas alcoólicas. “Sabemos que no Rio de Janeiro já um aumento de 20% e em Manaus, de 30%”.
Assim, é preciso saber que essa prática compromete a imunidade porque afeta órgão vitais. “Compromete o fígado, o estômago, as doenças cardíacas, desestabiliza o diabetes, a hipertensão e pode desencadear doenças mais graves porque ficamos mais suscetíveis”.
Portanto, segundo o psiquiatra, a bebida não pode ser tornar um refúgio. “É preciso saber que esse consumo não melhora a ansiedade, a solidão, e as incertezas que estamos vivendo. Para nós [psiquiatras], beber é contra-indicado, principalmente, na quarentena”.
Porém, há uma atividade que, segundo o psiquiatra, preocupa pela maneira como se apresenta. “Muitas lives de artistas famosos estão sendo associadas ao consumo de álcool. Há artistas que fazem o seu show bebendo; há muitas empresas do setor patrocinando.E isso é um incentivo, principalmente, aos adolescentes que estão bebendo cada vez mais cedo”.
Outro fator incentivado pela ingestão de bebidas alcoólicas é a violência doméstica. “Pré-dispõe a conflitos entre o casal e entre pais e filhos”. Por isso, Cleber Ferreira, insiste que é preciso ter qualidade de sono, alimentação saudável e praticar atividades físicas mesmo em casa.
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