O brasileiro tem vivido dias difíceis. Além do desafio imposto pela pandemia, pelo desemprego, o valor dos alimentos e serviços disparou. O preço dos combustíveis não para de subir. E não é só isso. Mergulhado em uma grave crise hídrica, que afeta diretamente a produção de energia elétrica, o Brasil ainda pode ficar às escuras.
Para atender a demanda não suprida pelas hidrelétricas, a produção energética ficou a cargo de usinas termelétricas. O custo é alto e o valor vem em forma de reajuste. Assim, a conta de luz sofreu novo reajuste nessa terça (31). O aumento é de 6,78%. Conforme o governo federal, o novo patamar de bandeira tarifária para as contas de luz entra em vigor hoje (1). Na prática, a “bandeira tarifária escassez hídrica” vai adicionar R$ 14,20 às faturas para cada 100 kW/h consumidos.
PROGRAMA DE DESCONTOS
Após admitir que o Brasil passa por uma série crise hídrica, o governo também anunciou um programa que dará desconto na conta de luz dos consumidores residenciais. Também estão inclusos pequenos negócios que reduzirem de forma voluntária o consumo de energia. O programa tem duração prevista até dezembro, mas pode ser prorrogado.
Desse modo, ganhará o bônus quem diminuir o consumo de energia entre setembro e dezembro em no mínimo, 10% em relação ao mesmo período de 2020. O desconto vai valer até uma redução de 20%. As regras foram publicadas em edição extra do “Diário Oficial da União”. Assim, o desconto será de R$ 0,50 a cada quilowatt-hora (kWh) do volume de energia economizado dentro da meta de 10% a 20%.
Conforme as informações, quem economizar menos que 10% não receberá bônus. Além disso, quem economizar mais que 20% não receberá prêmio adicional. Para o cálculo haverá comparação com base no somatório do consumo ao longo dos quatro meses. Se houver uma redução no consumo de 10% ou mais, o governo informou que creditará o desconto na conta subsequente, em janeiro de 2022.
CRISE HÍDRICA
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) admitiu na semana passada a piora da gravidade da crise hídrica. Isso porque choveu menos do que o esperado em agosto, o que acelerou o esvaziamento dos principais reservatórios do país.
Assim, a previsão é que os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste – que respondem por cerca de 70% da produção de energia do país – cheguem ao fim de setembro com apenas 15,4% da capacidade de armazenamento. Por fim, se não houver oferta adicional de energia a partir de setembro, poderão ocorrer apagões em outubro e novembro.
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