22/08/2023
Brasil Economia

Copom reduz juros básicos da economia para 13,25% ao ano

A queda da inflação fez o Banco Central cortar os juros pela primeira vez em três anos. Copom reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual

Bnco Central (Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)

Banco Central (Foto Marcello Casal/Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta (2) um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros do mercado, a Selic. A taxa ficou quase um ano no patamar de 13,75%. Agora está em 13,25% ao ano. O corte era esperado, embora houvesse algum suspense sobre de quanto seria. Por 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um corte de 0,25 ponto.

A decisão, entretanto, teve ‘bola dividida’. Votaram por uma redução de 0,5 ponto percentual o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores Ailton de Aquino Santos (Fiscalização), Carolina de Assis Barros (Administração), Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Otávio Damaso (Regulação).  Votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual os diretores Diogo Guillen (Política Econômica), Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais), Maurício Costa de Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Renato Dias Gomes (Organização do Sistema Financeiro). O voto de desempate, portanto, coube a Campos Neto.

DIRETORES NOMEADOS POR LULA

Esta também é a primeira reunião do Copom com diretores nomeados pelo presidente Lula (PT), no atual mandato. Gabriel Galípolo e Ailton Santos foram confirmados pelo Senado em sabatina no início de julho para as diretorias de Política Financeira e de Fiscalização do BC. De acordo com a Agência Brasil, a forte queda da inflação fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela primeira vez em três anos.

De acordo com a Agência, a última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020. A taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas. Estava aí um ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Mas a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

NÍVEL MAIS BAIXO

Antes do início do ciclo de alta, no entanto, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o indicador ficou negativo em 0,08% e acumula 3,16% em 12 meses. Nos últimos dois meses, a inflação vem caindo por causa dos alimentos e dos combustíveis.

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Cristina Esteche

Jornalista

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