22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Corpo de jovem só foi liberado na manhã deste sábado

Jovem morreu em acidente no fim da tarde de ontem (sexta), mas expediente no IML acaba às 20h. Situação revoltou familiares e amigos

lucas

Familiares e amigos se concentram em frente ao IML, revoltados (Foto: Leitor/RSN)

Familiares e amigos do jovem Lucas de Oliveira Zaluski, vítima do acidente fatal em Guarapuava, só conseguiram a liberação do corpo neste sábado (4), por volta das 9h. Lucas morreu em acidente ocorrido por volta das 17h10 dessa sexta (3). De acordo com amigo da família, a colisão entre a  motocicleta de Lucas e uma caminhonete ocorreu 10 minutos após ele ter saído do trabalho. Foi na marginal da BR-277, no acesso ao bairro Industrial Xarquinho.

Entretanto, o Instituto Médico Legal (IML) chegou para recolher o corpo peto das 18h50 e às 19h10 estava no IML. Entretanto, como o expediente do Instituto termina o expediente às 20h, o corpo do jovem só foi liberado neste sábado.

Assim, essa situação provocou a revolta dos familiares. “É um desrespeito com a família, com o ser humano. Estamos com todos os papéis e não vão liberar o corpo para o velório”, disse um familiar.

“O que revolta mais ainda é que nos mandaram ir para casa dormir. Como vamos dormir sabendo que temos o corpo de um jovem para velar e que vai passar a noite trancado aí dentro sem que a gente possa ver?”, emenda uma amiga da família. Ela disse que passou pela mesma situação recentemente.

A SITUAÇÃO É PRECÁRIA

A falta de auxiliares de necrópsia se tornou um problema crônico no Instituto Médico Legal. Em Guarapuava, são apenas três para atender uma demanda regional e obedecer escala. Porém, um dos maiores problemas gerados por essa escassez de profissionais, é o expediente reduzido que provoca situações como a de Lucas.

De acordo com auxiliares de necrópsia, eles fazem 80% do trabalho dentro do IML. Os 20% restantes fica por conta do perito. “Além do trabalho de necrópsia ainda fazemos a parte administrativa”.

Conforme informações levantadas pelo Portal RSN, a situação agrava-se ainda mais com a transferência de uma perita para Curitiba. Embora o concurso seja regionalizado, na caso para prestar serviço em Guarapuava, mesmo assim houve a transferência. “De seis agora estamos com cinco”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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