22/08/2023
Educação

Corte de 25% do orçamento de custeio provocou demissões na Unicentro

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O corte de 25% sobre o Orçamento de custeio  da Unicentro nos meses de outubro, novembro e dezembro, promovidos pelo Governo do Paraná e confirmado na sexta-feira (5) está sendo o responsável pela demissão dos estagiários do setor administrativo da Instituição. A informação foi prestada pelo vice-reitor Aldo Bonna (foto)  na manhã desta terça-feira (9) à RSN.

Com cerca de R$ 1,6 milhões a menos no caixa da Universidade nos três últimos meses do ano a Instituição não teve outra alternativa a não ser reduzir custos sem prejudicar a qualidade pedagógica dos alunos. Para isso, após decisão tomada em reunião entre a reitoria e as direções de campus, a solução encontrada foi romper os contratos de estágios, interromper processos licitatórios, cancelar contratos com empresas terceirizadas (limpeza, segurança e manutenção). No caso dos estagiários há situações em que houve uma redução de jornada de 6 horas para 4 horas diárias.

"Essas iniciativas afetaram apenas a área de custeio, não mexemos no pedagógico", afirma o vice-reitor.

O pedido que está sendo feito pelo estagiários demitidos para que haja reincorporação ao quadro até 22 de dezembro, data de vigência dos contratos, de acordo com Bonna, depende exclusivamente do Governo do Estado. "Sem o repasse integral do recurso não há condições de fazer qualquer coisa. O reitor (Vitor Hugo Zanette) já foi a Curitiba conversar com o secretário Nildo (Ciência Tecnologia e Ensino Superior) e hoje, junto com outros reitores, esta em Curitiba para tentar uma conversa com o governador Orlando Pessuti", diz Aldo Bonna.

Com um orçamento global anual de R$ 90 milhões oriundo de recursos do Tesouro do Estado, convênios e recursos do Governo Federal, a Unicentro dispende a maior fatia do bolo orçamentário para o pagamento da folha. São 250 funcionários e 700 professores que custam R$ 60 milhões por ano aos cofres da Instituição.

Do valor global (R$ 90 milhões), R$ 8,2 milhões são para custeio e são originários do tesouro do Estado. É deste "bolo" que foi retirada a fatia de 25%, o equivalente a R$ 1,6 milhões.

"Estão nos perguntando por que não tiramos recursos de outros locais para pagar os estagiários. Observaram até que o prédio está sendo pintado. Os nossos recursos são específicos, engessados e não podem ser remanejados", explica Aldo Bonna.

"Não podemos causar prejuízos pedagógicos aos nossos alunos, por isso, os cortes foram feitos nos setores administrativos. Temos que administrar essa situação até dezembro", afirmou.

Cristina Esteche

Jornalista

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