22/08/2023
Mundo

Craques na mira do Estado islâmico

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Da Isto É

TERROR 1 – Imagem com Messi executado e Neymar, de joelhos, prestes a ser morto: publicidade do medo disseminada pelo Estado Islâmico

TERROR 2 – No segundo cartaz, é Cristiano Ronaldo quem aparece como vítima de execução: discurso de ódio e ameaças à Copa na Rússia

Cristiano Ronaldo prestes a ser decapitado. Neymar Jr. ajoelhado e chorando. Lionel Messi caído no chão, morto. Na semana passada, imagens sombrias dos maiores nomes do futebol mundial foram usadas por um grupo de propaganda terrorista ligado ao Estado Islâmico para divulgar o pânico e ameaçar a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, que começa em junho do ano que vem.

A estratégia tem ligação com uma cartilha antiga da facção, a de instaurar o pânico às vésperas de grandes eventos internacionais – foi assim também na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Desta vez, porém, trata-se de um país que é oficialmente alvo de ataques terroristas: em abril, uma explosão entre duas estações de metrô em São Petersburgo matou 11 passageiros.

Um mês depois, quatro pessoas foram presas por suspeita de estarem preparando um novo ataque. Às vésperas do Mundial, a nova legislação russa de combate ao terror assinada pelo presidente Vladimir Putin em meados de 2016 – e criticada por ser dura e violar a privacidade dos cidadãos – deve ficar ainda mais pesada.

Para o doutor em segurança internacional Marcos Degaut, professor na University of Central Florida, nos Estados Unidos, ainda que grupos extremistas não atinjam diretamente os grandes craques do futebol, a publicidade terrorista alcança seu objetivo ao ser assimilada com uma imagem assustadora, de pânico, como no caso dos cartazes com os jogadores. “O objetivo do terrorismo é instilar o terror, é colocar as pessoas em estado de medo permanente e fazer com que estados invistam recursos na área militar, transformando um governo democrático em militarizado”, afirma.

É o que deve acontecer na Rússia em nome da segurança do evento. Para Degaut, quando o grupo tira o foco da política e mira em pessoas próximas da nossa realidade, a exemplo de Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo, indica que qualquer pessoa pode se tornar um inimigo. “Não precisa ser necessariamente um governante”, afirma.

Cristina Esteche

Jornalista

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