Crimes cometidos por menores preocupa autoridades de Guarapuava

Durante a última semana, três adolescentes foram apreendidos em Guarapuava acusados de assaltarem a mão armada um mercado no bairro Cristo Rei. Liberados algumas horas depois, por não terem sido apreendidos em flagrante, os três adolescentes foram abordados 24 horas depois na companhia de Richard Lenon de Lima, que confessou ter assassinado Vagner Amorim algumas horas antes no Núcleo Recanto Feliz, em Guarapuava.

A situação de adolescentes como esses preocupa o setor de segurança de Guarapuava. “Tem adolescente de 14 anos por ai com 14 homicídios nas costas” comentou um policial. “Às vezes a gente apreende um menor e no outro dia encontramos ele solto de novo. Eles chegam a rir da nossa cara quando vamos abordá-los” disse outro policial.

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O delegado chefe da Polícia Civil, Alexandre Rorato Maciel também se mostrou incomodado com a situação. Em entrevista a Rede Sul de Notícias, o delegado afirmou que algumas regras sobre a detenção de menores idades acabam gerando essas situações. “Acho que a discussão sobre a maior idade penal é uma discussão muito ampla, com pontos favoráveis e negativos para ambos os lados. Contudo, há alguns fatores que hoje nos levam a esta situação”.

De acordo com Alexandre, um dos complicadores é o pequeno tempo em que os menores podem ficar internados em uma instituição de recuperação. De acordo com a legislação atual, um adolescente só poderá ficar internado no máximo três anos nesses institutos, independente da gravidade do crime ou da quantidade de vezes que o cometeu.

Outro ponto levantado por Alexandre é a “Liberação Compulsória” onde o adolescente poderá ficar preso somente até os 21 anos, mesmo tendo sido preso por crime cometido durante a menoridade penal somente após os 18 anos. Passado os 21 anos, o criminoso que cometeu ato ilícito na adolescência não poderá ser preso por seus crimes.

Atualmente os adolescentes infratores de Guarapuava, e que são condenados a internação, são levados ao Educandário de Laranjeiras do Sul. Segundo a juíza da Vara de Infância e da Juventude, Rafaela Zarpelon, 45 adolescentes infratores de Guarapuava e região deixaram de serem internados em 2012 por falta de vagas nos CENSEs (Centro de Socioeducação)

Um projeto para a construção de um CENSE em Guarapuava, realizado com recursos do Governo Federal e Estadual e auxilio do Governo Municipal (doação de terreno) segue em andamento. Contudo, o projeto inicial foi alterado devido ao pedido de moradores da Vila Feroz que não quiseram a instalação do prédio no bairro.