22/08/2023
Segurança

Crimes praticados via internet aumentam significativamente

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Guarapuava – O número de crimes praticados via internet aumentaram 380% nos últimos dois anos em todo o Paraná. As principais infrações são, pela ordem, crimes contra o patrimônio, estelionato, crimes contra a honra e ameaças. Outras ocorrências que acontecem freqüentemente dizem respeito a casos de pedofilia, racismo, tráfico de drogas e falsidade ideológica.

“A tendência é que os bandidos passem a usar mais o computador, onde eles não são perseguidos pela polícia, correndo menos riscos”, comenta o chefe do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Núciber), Demétrius Gonzaga de Oliveira, localizado em Curitiba.

De acordo com ele, de cada quatro casos, três ocorrem no interior do Estado. Em caso de crimes, os lesados, que não moram na capital, devem procurar a unidade policial mais próxima, portando cópias impressas de documentos que comprovem os delitos, para o registro do boletim de ocorrência. “Depois, as pessoas precisam pedir a unidade policial para que entre em contato conosco”, explica.

Dicas

Com relação a crimes contra o patrimônio – como, por exemplo, violação de conta corrente ou clonagem de cartão – é importante que o usuário de internet possua pacotes de segurança confiáveis para o computador.

“De preferência, o usuário deve utilizar programas comprados, já que os gratuitos expiram em pouco tempo”, orienta. Para o mesmo tipo de crime ainda, deve-se evitar o uso de computadores públicos, como os disponíveis em lan-houses, hotéis etc.

Já para evitar crimes contra a honra, os usuários não devem disponibilizar dados pessoais e fotos na internet. “Esse tipo de informação é utilizado para difamar os usuários e até cometer crimes”, afirma Oliveira. Ele acrescenta ainda que os crimes praticados via internet estão previstos na legislação brasileira. “A internet é da década de 1990, mas delitos como estelionato, pedofilia, tráfico de drogas, injúria, difamação, entre outros, são tratados no Código Penal”, explica.

Ele destaca que o inquérito policial segue o procedimento estipulado para casa caso. “Os crimes de menor potencial, que ocorrem com freqüência, são encaminhados ao Juizado Especial”, comenta.

Falsos especialistas

Oliveira chama atenção para algumas ocorrências registradas recentemente pelo Núciber. “Na ânsia de resolver determinados casos, certas pessoas contratam profissionais tidos como ‘especialistas’. Eles agem por conta própria, mas não estão autorizados para isso, já que a investigação é atribuição da polícia”, destaca.

Ele comenta que além de utilização dos dados dos usuários para cometer novos crimes, a contratação de falsos especialistas pode trazer transtornos ainda maiores. “Para ‘solucionar’ os casos, essas pessoas invadem redes e sistemas, quebrando sigilos.

Crimes como suborno, por exemplo, geralmente cometidos estes profissionais, podem levar a até quatro anos de reclusão. Já se mais pessoas estiverem envolvidas, ocorre formação de quadrilha, acarretando em até 12 anos de prisão. Ou seja, para resolver um crime de menor potencial, outros são cometidos, causando problemas muito maiores”, alerta.

Cleyton Lutz – Rede Sul de Notícias

Foto ilustrativa

Cristina Esteche

Jornalista

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