Da Redação, com Assessoria
Curitiba – O plenário da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou requerimento da deputada estadual Cristina Silvestri no final da tarde desta terça feira (12), propondo ao governador Beto Richa a elevação da 2ª Companhia da Polícia Militar de Laranjeiras do Sul à categoria de Companhia Independente. O objetivo é ampliar o efetivo de policiais, equipamentos e a criação de novos destacamentos e serviços numa das regiões rurais mais vulneráveis do Estado, situada numa rota de tráfico internacional de drogas, sob constantes conflitos agrários e que necessita aumentar a segurança pública da população com o máximo de urgência.
De acordo com a deputada, a 2ª Cia do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM) com sede em Laranjeiras do Sul é a maior área territorial sob responsabilidade da Organização Policial Militar do Paraná com 23.247,393 quilômetros quadrados. Em sua área atual de abrangência, o 16º BPM atende a uma população de mais de 500 mil habitantes, distribuídos em 24 municípios em 29 postos.
Observando o disposto no art. 52 da Lei de Organização Básica (Lei Estadual 16.575/2010), caso seja completado número de policiais militares, considerando uma nova distribuição da Região e havendo interesse estratégico, a parlamentar solicitou estudos para viabilizar a criação de uma Companhia.
O pedido de Cristina Silvestri está embasado numa justificativa com 20 itens, que demonstram a carência de segurança nesta região Centro-Sul do Estado e, paralelamente, como a criação de uma nova companhia vai fortalecer o sistema.
A alta taxa de criminalidade e violência, principalmente de homicídios, porte de arma de fogo, uso e tráfico de entorpecentes e furto em propriedades rurais, bem como o tráfico internacional (drogas, armas, animais silvestres) que circula pela BR-277 e usa a região como ponto de fuga ou de distribuição, também são pontos elencados por Cristina Silvestri. "Além da notável prática de contrabando e descaminho pelos 'turistas' e 'compradores', visto a facilidade em deslocamento para o oeste, leste, norte, sul e sudoeste do Estado do Paraná devido o entroncamento rodoviário existente na região, (BR 277) e Norte-Sul (BR158)", acrescenta.
RAPIDEZ NO ATENDIMENTO
A deputada cita que o reforço de policiamento na região de Laranjeiras do Sul vai agilizar o atendimento policial de equipes táticas (Choque, ROTAM) para respostas em situações graves, que hoje demoram porque estão à longa distância. Ela lembra que a fragilidade do serviço policial fortalece a criminalidade, atingindo todos os municípios da 2ª Companhia, entre os quais, Goioxim, Palmital e Laranjal.
Laranjeiras do Sul é sede de um Centro de Sócio Educação (CENSE) para adolescentes infratores, com pelo menos 104 vagas.
Também faz parte das preocupações o grande número de invasões de propriedades rurais por movimentos sociais com reivindicações de reforma agrária e o atendimento de aldeias indígenas das etnias caingangue e guarani que possuem reservas indígenas na área dos municípios do Rio Bonito do Iguaçu, Nova Laranjeiras e Laranjeiras do Sul.
Na região, está o maior assentamento rural da América Latina (Ireno Alves) com mais de 1.500 famílias, em torno de 4.500 pessoas. E também o maior acampamento de sem terra (Herdeiros do 1º de maio), de invasão por movimentos sociais, com mais de 7.000 pessoas acampadas, dos quais cerca de 70% não se encontram registrados e compreendidas na estatística do IBGE.
As pequenas cidades no raio de abrangência desse fenômeno social, salienta a deputada estadual Cristina Silvestri, sentem o impacto do inchaço populacional e os consequentes problemas, que geram ações criminosas, trazem insegurança para os núcleos familiares e exigem ações do Poder Público.
A criação da Companhia Independente propicia novos e permanentes serviços à população, com a Ronda Ostensiva Tático Móvel (ROTAM), Patrulha Rural, Serviço de Inteligência (Agência Local de Inteligência), Equipes de Escoltas e Guarda de Presos, Equipe de Trânsito, Patrulhas com Motocicletas, Bases Móveis Comunitárias, Patrulhamento a Pé. E, ainda: condições de desenvolver o Programa de Polícia Comunitária na área, voltado para a realidade local; melhorias para os policiais, gestão de recursos humanos, interação com a comunidade e com outras forças policiais.