22/08/2023
Geral

Cultura ainda é o maior gargalo na luta contra a violência feminina, diz policial

imagem-73096

Por Cristina Esteche 

A cultura machista ainda é o maior gargalo para o combate à violência contra a mulher. A observação é feita pela tenente Leci Belão, da Polícia Militar, responsável pelas oficinas de capacitação que estão sendo realizadas desde ontem, quinta (05), na Faculdade Guairacá, em Guarapuava. Promovida pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, a oficina capacita profissionais de diversas áreas que compõem a rede de enfrentamento à violência feminina no município.

“O problema ainda é cultural. Muitas vitimas sabem que a Lei Maria da Penha existe, que tem direitos, mas que não fazem nada, e isso é tanto pela parte da vítima quanto do agressor”. De acordo com a policial, outra situação é que as pessoas ainda tem dificuldade de entender a violência contra a mulher como crime, como violação de direitos, como questão de saúde pública, de assistência social. “Ainda não se consegue ver que é necessário uma estrutura que esteja interligada, que una profissionais, sejam homens ou mulheres”.

O machismo é outra dificuldade enfrentada nessa luta.  “O trabalho tem que ser de conscientização, pois é preciso ver a violência não só como assunto pertinente à segurança pública, mas de uma rede de atenção humanizada”.

Um dos grandes desafios que está sendo enfrentado é que em grande parte a vítima é atendida por profissionais homens. “Por isso, é preciso a sensibilização e o entendimento de que a vítima precisa ser acolhida. Nesse sentido é preciso dispensar comentários desnecessários, preconceituosos”.

É essa conscientização que as oficinas estão disseminando entre os participantes. “O nível de conscientização evoluiu, mas ainda temos muito trabalho pela frente. Por isso, oficinas como estas precisam ser contínuas”, defende. 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.