22/08/2023

Custo x beneficio

Um projeto de lei de autoria do vereador Geraldo Pacheco (PT) permitirá que Guarapuava comece a colocar “os pés” no cenário ocupado por cidades do primeiro mundo. O petista propôs que os novos loteamentos do município passem a receber, através de instalações subterrâneas, serviços hidráulicos, energia elétrica, telefonia, internet e TV a cabo.
Segundo o Projeto, a Prefeitura será responsável pela elaboração de programas e plano de metas e ações, para viabilizar as intervenções necessárias para a implantação do sistema da rede subterrânea ainda neste ano. O PL já foi aprovado em primeira votação, dependendo de outras duas apreciações e da sanção do prefeito.

A iniciativa do vereador é válida e de interesse popular. A instalação elétrica subterrânea, já é muito utilizada na América do Norte e na Europa, e passa a ser cada vez mais comum no Brasil. O sistema, além de ser considerado mais seguro, uma vez que evita que os fios e cabos expostos possam ser rompidos ou atingidos causando danos à rede elétrica, é também esteticamente mais agradável e benefico ao meio ambiente. 
Um exemplo que pode ser citado é a cidade de São Paulo que utiliza o sistema de 2005, quando a Câmara Municipal aprovou a lei 14.023, que obriga concessionárias, empresas estatais e operadoras de serviço a enterrarem todo o cabeamento (de rede elétrica, telefonia, televisão e afins) instalado no município. A regulamentação da lei, entrou em vigor em 2006.

Como todo projeto tem seus prós e contras, nesse caso um dos maiores entraves é o custo das obras, estimado em cerca de R$ 2 milhões o quilômetro enterrado. Entra aí o impasse entre governo e concessionárias, que, no caso de São Paulo, não concordam em arcar, sozinhas, com as despesas para a substituição do modelo de distribuição. Embora as redes elétricas subterrâneas tragam benefícios incontestáveis como maior segurança ao evitar acidentes com a fiação elétrica e com a redução de gastos com manutenção, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a elevação do custo de mudança do sistema impactaria diretamente o valor da tarifa de energia elétrica ao usuário final que for beneficiado. Mas como todo e qualquer beneficio tem um custo o que vale mesmo é pesar o benefício recebido.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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