Após cerca de duas horas de reunião entre o prefeito Celso Góes (CDN), secretários e o Comitê de Enfrentamento à covid-19, a conclusão é única. Pelo aumento alarmante da média, de mortes e de casos de contágio, o cenário em Guarapuava é muito grave. De acordo com a consultora de saúde Maria Emi Shimazaki, em pouco mais de 30 dias o salto é de 300% em casos de mortes. E mais ainda: a capacidade assistencial da rede pública de saúde em Guarapuava não está sendo capaz de fazer frente à demanda da doença.
Para melhor entendimento vale dizer que os hospitais da cidade estão com 100% da capacidade esgotada. O mesmo vale para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h. De acordo com o prefeito Celso Góes, há dias ele vem conversando com o o secretário de Saúde, Beto Preto solicitando mais leitos. Há a possibilidade de outros 10. O entendimento é que haja a utilização de mais partes do Hospital Regional, hoje ainda em desuso. Entretanto, essa utilização ainda se esbarra na falta de equipe.
Outra preocupação demonstrada durante a reunião é com a sazonalidade. Ou seja, com a chegada do inverno outras doenças típicas da estação demandam de atendimento médico e hospitalar. Conforme o diretor clínico do Hospital São Vicente, o médico Eduardo Borges, nesse período é grande a incidência de infarto e de AVC. Além da gripe H1N1, de doenças respiratórias e outras síndromes gripais. Todas impactando no sistema de saúde e agravando a falta de estrutura como já vem ocorrendo com a covid-19.
“MEDIDAS ENÉRGICAS”
De acordo com o consultor de saúde em Brasília, Renê dos Santos, neste momento não existe outra alternativa do que tomar medidas enérgicas. Conforme Renê, isso se traduz em medidas que promovam o distanciamento social por duas semanas, por exemplo. Além disso, a elaboração de uma ‘matriz de risco’, ou seja, uma tabela que prevê a flexibilização gradual de atividades, segundo os números que se apresentarem.
Durante o encontro que ocorre de forma presencial e on-line, representantes do Instituto Virmond, São Vicente, e várias entidades também participam das discussões. Entretanto, o denominador comum é que as medidas restritivas sejam drásticas. Sob pena de pessoas morrerem por falta de atendimento hospitalar.
Assim, base de todos os dados debatidos durante o encontro que ocorre desde às 14h na Prefeitura, neste domingo (16), o formato do novo decreto está sendo discutido.
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