22/08/2023
Segurança

Decisão sobre greve sai nos próximos dias

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Após a realização de um indicativo de greve, ocorrido na terça-feira, a decisão sobre a realização de greve ou não, para os policiais civis, sai no máximo em duas semanas. A paralisação estadual envolveu cerca de dois mil policiais, todos da classe de base, que inclui investigadores, escrivães e papiloscopista.

Entre as exigências realizadas pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) estão: reposição de perdas salariais e igualdade de ganhos com a Polícia Militar, melhorias nas condições de trabalho, além da implantação de um plano de carreira (leia mais no box abaixo). Apesar da repercussão da paralisação na imprensa estadual, o governo paranaense não se pronunciou – na página oficial de notícias do estado não há qualquer menção ao indicativo de greve.

Situação em Guarapuava

O indicativo de greve também ocorreu na cidade. Das 8 horas às 18 horas de terça-feira, os funcionários da 14ª Subdivisão Policial (SDP) de Guarapuava aderiram à paralisação. Durante o dia não foi realizado atendimento ao público como registro de boletins de ocorrência. Mas o plantão funcionou normalmente para as prisões em flagrante.

“Estamos esperando um plano de carreira, cargos e salários há mais de seis anos”, protestou a investigadora Sônia Schemuda. Ela também reclama da situação atual da cadeia na 14ª SDP. “Temos 250 presos, alguns cumprindo pena. A cadeia pública serve para abrigar os presos depois da prisão em flagrante e não para o cumprimento da pena integral, que deve ocorrer nas penitenciárias. Isso é um desrespeito, tanto para nós quanto para os presos”, afirmou.

A delegada-chefe da 14ª SDP, Maritza Maira Haisi, comentou a paralisação. “É uma reivindicação justa. Os policiais estão tentando abrir um canal de conversação”. Ela também falou sobre a situação dos serviços prestados a população durante o indicativo de greve. “Os serviços burocráticos ficaram paralisados. Mas as prisões em flagrante prosseguiram”, destacou.

Box – entenda melhor as reivindicações dos policiais

A página do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) apresenta os principais motivos do descontentamento da classe.

Salário e plano de carreira: com relação aos vencimentos, a Polícia Civil pede a equiparação a Polícia Militar. “Enquanto o salário inicial da PM para 2º tenente, com nível superior, é de R$ 3.839,81, o nosso é de R$ 1.955,92 para investigador de polícia, quinta classe”, afirma uma nota publicada no site do sindicato.

Condições de trabalho: a Sinclapol afirma que um plano de reestruturação e modernização da Polícia Civil estaria sendo elaborado a mais de quatro anos. No entanto, o documento ainda não estaria concluído. Outra reclamação diz respeito à carga horária dos funcionários da polícia, que é de 40 horas. O sindicato destaca que os policiais frequentemente trabalham mais do que isso, além de acumular diversas atividades devido à falta de profissionais.

Foto: policias realizaram um indicativo de greve na terça-feira (arquivo)

Cristina Esteche

Jornalista

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