Após pausa para o almoço que ocorreu por volta das 12h desta quinta (6), os advogados de defesa do réu preso, Luis Felipe Manvailer voltaram a se pronunciar na imprensa. Durante entrevista, os advogados de defesa se disseram surpreendidos ao saber que Marco Aurélio Jacó, investigador da Polícia Civil e a única testemunha ouvida até o momento neste terceiro dia, afirmou que dormiu no prédio na noite da morte da advogada, mas que só soube do ocorrido na manhã do dia seguinte.
De acordo com a defesa, “o investigador disse agora, surpreendentemente, que já tinha sido ouvido em juízo, estava dormindo no prédio. Uma situação absolutamente nova. O que nós notamos? Há uma mudança no trajeto. Uma mudança a fim de arrumar, de consertar. A acusação faz isso. Agora ele estava dentro do prédio. Uma situação relevante que nunca foi revelada. Coloca o investigador, dentro do prédio”.
Ainda durante a entrevista, o advogado de Manvailer afirmou que “a assistência da acusação e o Ministério Público fazem questão de não citar esse fato, que não só é escandaloso, do ponto de vista de uma investigação criminal, como muito grave para toda a comunidade”. Acostumado com questionamentos incisivos, o advogado de defesa voltou a criticar o trabalho da imprensa e a ação do auxiliar de necropsia de “conduta questionável”. Confira na íntegra.
Além disso, o advogado que durante a sessão já teria citado o caso de Renata Muggiati – morta após queda do 31º andar de um edifício em Curitiba – é semelhante ao caso de Manvailer. Ademais, afirmou que Tatiane agiu por meio de “chantagem emocional”.
ACUSAÇÃO
Entretanto, no intervalo da sessão, a acusação também falou com a imprensa e considerou que os depoimentos seguem favoráveis para a acusação. “Já Conhecíamos o depoimento deste investigador. Ele atuou de perto nos momentos cruciais do fato. Ele coletou e analisou as imagens em que Luis Felipe aparece agredindo [brutal e demoradamente], a então esposa Tatiane Spitzner”.
O advogado descreve ainda alguns pontos do depoimento do policial civil. “As imagens mostram que passam alguns carros e logo depois disso o corpo cai, o que mostra que havia alguém ali em cima com o corpo, aguardando passarem os carros para que ninguém visse. E na sequência ele desce e tenta resgatar o corpo”. Ainda durante entrevista, a acusação afirma que Manvailer se afastou do corpo de Tatiane , conforme relato de uma testemunha que estava no bar da frente [e que também prestará depoimento].
DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA
Desde o início do depoimento o policial civil se mostrou convicto das afirmações. Sempre que questionado ele afirmou que poderia “afirmar com certeza” algumas informações. A testemunha está à disposição da defesa do réu preso desde o retorno da sessão às 13h20.
Em determinado momento, a defesa questionou a testemunha se a marca das unhas e de borracha ajudaram o policial a chegar a alguma conclusão. Firme, ele questiona se a defesa quer saber a convicção pessoal dele sobre o que aconteceu. Desse modo, o advogado afirmou que gostaria de saber o que aconteceu. O policial diz, então, que acredita que Tatiane estava com as mãos penduradas no parapeito da sacada e que Manvailer a pegou pelas pernas e jogou.
Por fim, a defesa disse que então ela estava viva. Jacó diz que não, que o corpo conforme atestado pelo IML, estava apoiado e que ele a projetou pelas pernas para arremessar. E por isso existem essas marcas. Marco Aurélio Jacó é a sexta testemunha a falar no júri.
Leia outras notícias no Portal RSN.