22/08/2023
Guarapuava Segurança

Defesa de Manvailer diz que “investigou a investigação”

A defesa do réu apontou falhas na investigação e pediu ao Conselho de Sentença que Manvailer seja absolvido

manvailer

Julgamento ocorre há sete dias em Guarapuava (Foto: Reprodução/TJPR)

A sessão do julgamento de Luis Felipe Manvailer foi retomada 15h40 com a parte da defesa. Uma maquete do edifício Golden Garden, imagens em vídeo de depoimentos ilustraram a sustentação oral da banca que defende o professor Luis Felipe Manvailer. Quem inicia a fala é Adriano Bretas que relembrou depoimentos, citou o transporte do corpo de Tatiane Spitzner e falou sobre a atuação da imprensa sobre o caso. “Os holofotes da imprensa seduzem acusadores carreiristas”. Dalledone disse que foram 1.022 dias em que a defesa investigou a investigação.

O advogado volta a negar as agressões dentro do apartamento e os depoimentos de não houve barulhos, manchas de sangue ou móveis arrastados o que representaria um espancamento. “Por mais forte que ele fosse, como sustentar a hipótese de que ele levantaria um corpo inerte de 62 quilos sobre um parapeito de 1,23 metro. Esqueceram de combinar com a física, com a medicina legal como ele faria isso”.

Bretas se dirige ao jurado e pede que eles sejam uma ‘página em branco’. “Senhores do Conselho de Sentença temos aqui muita responsabilidade. É ciência, são elementos que vieram aos autos, e que afirmaram e desmentiram a hipótese acusatória”. O advogado volta a dizer que a morte de Tatiane se tratou de uma tragédia. O advogado relembrou o momento da queda, o esmalte de Tatiane no parapeito e os esfregaços de borracha na sacada.

Peço aos senhores que sejam uma pagina em branco. Sem preconceito. Porque a defesa trouxe a ciência. Como explicar que a camisa de Luis Felipe não tivesse uma gota de sangue, um desalinho. Nada?

Além disso, o advogado reiterou o ‘padrão de comportamento, de Tatiane. “A defesa quer mostrar como era o comportamento dela com o pai, com o marido, e diz que ela se valia de estratégias emocionais para conseguir o que queria”. Bretas falou por 31 minutos.

Depois disso, Renan Canto assumiu a palavra. Ele voltou a questionar a atuação do Instituto Médico Legal (IML). Além disso, o advogado disse que a acusação falou que Tatiane levou um soco fora do apartamento. Entretanto, esta foi a primeira vez que teriam afirmado isso.  Além disso, o MP não conseguiu explicar como outras lesões aconteceram.

Braço, mão, perna. Lesões com assinatura do pavimento da calçada. Isso o MP não conseguiu explicar.

Canto fez um breve resumo sobre os depoimentos das testemunhas. Reexibiu o trecho de uma das testemunhas que afirmou ouvir o grito de Tatiane. Além de reiterar a fala de que outra testemunha teria visto Tatiane no parapeito da sacada ‘a cavalo’. Após a exposição de Canto, Renan Colle assumiu a fala. Ele falou sobre laudos de psicólogos que o Ministério Público impediu que fossem exibidos.

Cláudio Dalledone inicia a participação questionando o trabalho da acusação. “Infiltração hemorrágica severa no crânio. Ela teria desmaiado se fosse o soco. É decorrente da queda”. O advogado é enfático ao novamente questionar o transporte do corpo de Tatiane. Além disso, Dalledone diz que denúncia se formou a partir de uma fraude. “Mais do que olhar a chuva é importante informar como a nuvem e formou sob o signo da fraude, da obscuridade, e da ilegalidade”. O advogado se dirige aos jurados:

Se vossas excelências fizerem uma condenação aqui vão consagrar uma ilegalidade. Cometer o pior dos crimes, que é o crime social. O voto é secreto, não tenham medo. Ele errou mais não matou Tatiane.

Em dado momento, o advogado recorre a um livro de criminalística e lê trechos para os jurados para argumentar o transporte do corpo. Além disso, volta a questionar conduta pessoal e profissional do auxiliar de necropsia. Após a sustentação da defesa, o MP informou que não iria a réplica. Os jurados não fizeram perguntas.

Após pausa de 10 minutos, o procedimento agora serão os quesitos de votação. Depois o plenário é esvaziado e os depois é dada a sentença.

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Cristina Esteche

Jornalista

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