A defesa do professor universitário Luís Felipe Manvailer, denunciado pela morte de Tatiane Spitzner, pediu a transferência do guarapuavano para o Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais. O pedido foi feito a juíza da 2ª Vara Criminal, Paola Gonçalves, em caráter de urgência. Os advogados alegam que Luís Felipe precisa de “atendimento psiquiátrico e psicológico urgente”. A defesa pediu sigilo no pedido, porém, o desdobramento no caso veio à tona na manhã desta quarta feira (8). A juíza ainda não apreciou o pedido.
“A defesa teve conhecimento de que Luís Felipe, profundamente abalado pelo turbilhão emocional sofrido nos últimos dias, vinha apresentando quadro de depressão profunda”, diz um trecho do pedido de transferência.
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Na argumentação, a defesa de Manvailer alega, também, que “os advogados incumbidos da defesa técnica, em contato com o cliente, puderam observar as sequelas (físicas, inclusive) do trauma decorrente da tentativa de suicídio”.
A tentativa de suicídio é confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária que, em ofício, informou que, no dia seis de agosto, o preso usou um barbeador para realizar “uma pequena lesão superficial” no pescoço.
Ainda de acordo com o comunicado, Luís Felipe recebeu atendimento médico e está bem fisicamente, “mas abalado emocionalmente”. Segundo o documento, o professor confessou que havia se cortado para “acabar com o sofrimento”, mas que teria desistido do ato ao lembrar da mãe. Luís Felipe está em uma cela especial por ser um preso provisório e ter ensino superior completo.
A DEFESA DA FAMÍLIA
A família de Tatiane se manifestou contra a transferência. Os advogados alegam que parece “pouco crível a alegação” para o pedido. Ainda segundo os advogados, o máximo que a atitude de Luís Felipe produziu foi “uma pequena lesão superficial”.
Eles questionam o fato de não ter sido anexada foto ao processo e que não há comprovação suficiente de que a lesão retrate uma intenção suicida.
Se ao menos o denunciado tivesse carreado fotos das ‘pequenas escoriações’ aos autos, este Juízo poderia ter um conhecimento mais adequado do quanto alega. Mas preferiu não fazê-lo. Chama a atenção, ainda, a ausência de opinião formalizada de um profissional da saúde a respeito do ocorrido. Não há, logo, comprovação suficiente de que a lesão superficial conduza a um intento suicida.
Ainda não há data de quando a juíza deverá apreciar o pedido da defesa de Manvailer. Ainda não há data, também, para quando a juíza avaliará o oferecimento da denúncia contra Luís Felipe por parte do Ministério Público do Paraná.