Os deficientes visuais da Associação dos Pais e Amigos do Deficientes Visuais (Apadevi) celebraram o aniversário da instituição do melhor jeito: nas alturas. A Apadevi completou 34 anos nessa terça (28). Para comemorar, alguns alunos tiveram a experiência sensorial de conhecer uma aeronave e de sobrevoar Guarapuava em um voo panorâmico.
A UniGuairacá Centro Universitário, por meio da Guairacá Aviation proporcionou o momento. Conforme a presidente da Apadevi, Evanize Andrade, embora os alunos não tenham a visão dos olhos, a maneira deles enxergarem o mundo ao redor é ampla. Por isso a sensação de voar, de poder tocar uma aeronave, são curiosidades que eles demonstram há muito tempo.
“Foi incrível. Eles vão ter muita história para contar para os colegas. Eu estou extasiada, enquanto representante da instituição, de poder proporcionar essa experiência aos nossos alunos e, principalmente hoje, aniversário da Apadevi. Digo com toda certeza, hoje estamos realizando sonhos”.
Há muitos anos a professora da Apadevi Lucia Virginia Mamcasz Viginheski, que também leciona na UniGuairacá, vivencia com os alunos essa expectativa. Então para ela, o passeio possibilitou compartilhar mais e passar junto por fortes emoções.
SELEÇÃO
Lucia explicou sobre o critério de seleção dos participantes no voo. “Um dos critérios que utilizamos foi por terem cegueira congênita. A pessoa com baixa visão ou que ficou cega ao longo do tempo, já teve a experiência por meio de imagens. No entanto, para uma pessoa que nasceu cega, é tudo muito abstrato. Essa experiência de conhecer, tocar, entrar no avião, decolar e depois aterrissar, é muito significante na vida deles”.
A aluna Anna Lia Bini Pitner sempre demonstrou paixão pela aviação. “Sempre gostei muito de estudar tudo que envolve as aeronaves. Sei que os aviões são muito importantes em vários segmentos na nossa sociedade, mas nunca tinha tido a experiência de voar. Estou me sentindo muito feliz”.
Heverton Luiz Rodrigues Correa manteve o sorriso estampado em toda a viagem, do início ao fim. “Fiquei ansioso porque não sabia como o avião ia subir ou descer. É como uma criança que está aprendendo a andar. É uma sensação que vamos levar para o resto da vida. Então, nunca vou esquecer”.
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