*Reportagem com vídeo
Após três anos de reclusão, esperando ‘baixar a poeira’ das acusações que o levaram à prisão, o ex-governador Beto Richa, está de volta. “Me recolhi durante três anos para deixar os meus algozes esquecerem de mim”, disse ao Portal RSN. Richa conversou por mais de uma hora com o RSN na noite dessa terça (23) numa das salas do Grand Hotel.
Acompanhado apenas por um assessor, o ex-governador não poupou críticas ao que chamou da “maior armação política”. Assim, ele troca a palavra ‘prisão’ por “sequestro” quando se refere às três vezes em que foi preso entre 2018 e 2019. “Nos sequestraram da nossa casa, eu e a Fernanda [esposa], sem haver sequer um inquérito”. Aliás, a emoção do ex-governador se acirra quando fala do envolvimento de Fernanda. “Você sabia que ela [Fernanda] sequer foi denunciada. Ela está traumatizada”!
Richa foi investigado pela Lava Jato, por suposta fraude na licitação da rodovia 323, por denúncias de corrupção no uso de maquinários das Patrulhas Rurais. E ainda por suposto desvio de verbas na construção de escolas públicas. A primeira prisão ocorreu em 11 de setembro de 2018. Faltava poucos dias para a eleição em que era candidato ao Senado Federal. Entretanto, a partir dos escândalo políticos, ele ficou em sexto lugar nas urnas.
Todavia, agora ele percorre os municípios paranaenses em encontros com prefeitos e outras lideranças políticas. E está gostando da receptividade. “Estou sendo muito recebido. Pois durante os dois mandatos como governador levei obras pelo Paraná inteiro. Só aqui em Guarapuava tem o Hospital Regional, o Centro de Especialidades, a duplicação da BR-277 e da PR-466, obras de saneamento básico, entre tantas outras”.
NA REGIÃO
No entanto, em Guarapuava, Beto Richa não teve agenda oficial. Mas conversou com o empresário Odacir Antonelli, com a ex-vereadora Maria José Mandu Ribas. Também com o vereador Pedro Moraes e Glauberson Rocha. Ele pernoitou na cidade e seguiu para um roteiro pela Região.
Ainda filiado ao PSDB, partido que o abandonou durante o ‘inferno astral’, o ex-governador não confirma, mas também não descarta uma possível candidatura à Câmara Federal. “Tem muitas pessoas pedindo pra eu voltar. Mas essa é uma decisão que envolve a minha família. Eu preciso recuperar o legado do meu pai [o ex-governador José Richa], o meu legado”.
Numa fala contundente, Beto Richa lembra que foi eleito o melhor prefeito do Brasil. “No governo do Estado fiz gestões que permitiram deixar dinheiro em caixa, mesmo tendo que tomar medidas anti-populares. E ainda mais: nada ficou provado nas investigações contra mim e minha família. Me envolveram até na Lava-Jato, criada para investigar a Petrobras. Totalmente fora de jurisdição. Juristas de renome já disseram que o meu caso foi a maior armação política do País”.
Por fim, ele disse que se optar pela Câmara Federal e eleito for, vai trabalhar com afoito pelo Paraná. “É uma questão de honra que tenho com os paranaenses”.
*Confira entrevista em vídeo no RSN TV.
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