*Reportagem com vídeo
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta (2), a delegada de Polícia Civil, Ana Hass afirmou que Eliara já veio para Guarapuava com a intenção de cometer o crime. Essa é uma das conclusões da investigação do caso da mãe que matou os filhos. O crime foi descoberto no último sábado (27).
Conforme a Polícia Civil, a acusada se mudou para a cidade já pensando em como se livraria dos filhos, um menino de três anos e uma menina de 10. Na entrevista, a delegada afirmou que a mulher isolou as crianças e não criou vínculos com outras pessoas após a mudança. Dessa forma, segundo a investigação, isso indicaria um intuito de fazer com que “a falta dessas crianças não fosse sentida”.
O fato é que ela já veio com essa intenção de viver uma nova vida. Uma nova vida na qual ela não seria mãe, na qual ela não teria responsabilidade de cuidar dos filhos e poderia viver uma vida tal qual o pai do menino Joaquim. Como ela revela muito bem nas cartas dela, esse ‘recalque’, de certa forma, da vida que ele tinha, enquanto ela estava cuidando de duas crianças.
A acusada teria antecipado a festa de aniversário dos filhos nos dias 1° e 6 de agosto porque, supostamente, ela “não estaria aqui para comemorar o aniversário das crianças”. Isso porque, segundo a mulher, ela atentaria contra a própria vida.
Mas, para a delegada, não há possibilidade de levar essas informações em consideração, já que “as crianças vivas, com ou sem ela, poderiam comemorar o aniversário com qualquer outra pessoa”. Por isso, a investigação entende que a antecipação das festas não ocorreram porque ela não estaria aqui, mas porque “as crianças não estariam aqui”.
De acordo com a delegada, a PC já ouviu mais de 15 pessoas no caso e todas as informações repassadas tiveram relevância para a investigação e consequente conclusão. Dessa maneira, a finalização do inquérito policial ocorre em breve com a conclusão de que a mãe mudou com os filhos para Guarapuava com a intenção de “se livrar deles” e viver uma “nova vida”.
VÍDEOS VAZADOS
Nos últimos dias, vídeos da cena do crime circularam por aplicativos de mensagens. Inclusive, imagens em que aparecem as crianças mortas, sem nenhum tipo de censura. Entretanto, a delegada afirmou que os vídeos não partiram da Polícia Civil e que haverá investigação para saber quem fez a disseminação das imagens.
“Não vou me manifestar com relação a isso. A única garantia é que não partiu da Polícia Civil. É sim um documento, um vídeo, uma mídia oficial dentro do ato, dentro do procedimento. E, sim, com certeza será apurado quem foi que adentrou esse procedimento e fez essa divulgação”.
INSANIDADE MENTAL
A acusada afirmou em depoimento que estava ‘em surto’ quando matou os filhos e permaneceu assim nos dias que se seguiram. Contudo, para a investigação, nesses dias, ela planejava como se livrar dos corpos. Um dos indícios são prints que ela fez das câmeras de segurança para saber quais lugares eram cobertos por essa vigilância.
Além disso, a delegada afirma que ela só se entregou à polícia porque “exauriu todas as possibilidades de se ver impune”. Isso porque, ela teve várias possibilidades de assumir o que havia ocorrido, já que professores, o porteiro do prédio e o motorista da van entraram em contato com ela para saber o que tinha acontecido.
Esse fato também é utilizado pela investigação quando há a afirmação de que a acusada só matou os filhos porque não teria com quem eles ficarem depois que ela atentasse contra a própria vida. O que, conforme a delegada, não seria verdade, já que haviam outras pessoas interessadas no bem-estar das crianças.
Apesar disso, há indícios de que a mulher também tentou se matar após o crime. De acordo com a delegada, ela apresentava um corte “não muito profundo” no pescoço e também nos pulsos. “Encontramos raticida dentro do apartamento que, segundo ela, ela ingeriu por alguns dias. E também encontramos calmantes naturais. Inclusive, ela teria dito que teria tomado cerca de 50 comprimidos”.
Dessa forma, os peritos coletaram todos os exames para comprovar essas afirmações, mas os resultados ainda não saíram. Além disso, a mulher afirmou que teria se jogado em um lago de Guarapuava, mas não obteve êxito na tentativa de tirar a própria vida.
RELEMBRE O CASO
Os corpos das crianças de 3 e 10 anos estavam sobre a cama dentro do quarto em um apartamento na rua Benjamin Constant, no Centro de Guarapuava. Eles foram encontrados no último sábado (27). De acordo com as informações, a polícia descobriu o crime depois que um advogado de Santa Catarina acionou as autoridades policiais.
Além disso, a delegada responsável pelo caso, Ana Hass, afirmou que a mulher confessou os crimes. Conforme ela, Eliara disse ter matado as crianças cerca de 15 dias antes. No fim da tarde desta sexta (2), a Polícia Civil divulgou vídeos de câmeras de segurança no hall de entrada do prédio, em que aparecem as últimas vezes em que as duas crianças foram vistas saindo vivas do prédio.
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