Denúncia no MP é caluniosa, diz Celso Costa

Da Redação

O vereador Celso Costa (PPS) e Ingrid Dauterman contestam denúncia protocolada no Ministério Público e encaminhada à Câmara Municipal de Guarapuava para que seja  remetida à Comissão de Ética da Casa. Assinada pelo ex-vereador Frederico Michelc e por Valdemar dos Santos, a denúncia trata da morosidade na construção de 97 casas no loteamento denominado “Beco”, na Colônia Vitória, nos distrito de Entre Rios e questiona o horário de expediente de Ingrid, ex-assessora de Celso e hoje nomeada pela administração municipal.

Para Celso Costa, as atitudes de Frederico e Valdemar não passam de tentativa de represália por motivos pessoais. Valdemar trabalhou com o vereador e foi dispensado. Hoje é pré candidato à Câmara. A desavença com Michelc começou logo após a eleição de Celso, que foi o vereador mais votado de Guarapuava. Durante a campanha, Michelc foi assessor de Celso. Michelc já foi vereador, mas não disputa eleições por ser “ficha suja”. Ele é um dos envolvidos no caso que ficou conhecido como “Irmãos do Vale”. Em 1995, 12 dos 21 vereadores que compunham o Legislativo contraíram
empréstimos de valores que oscilam entre R$ 8 mil e R$ 20 mil concedidos pelo
então presidente Benedito de Paula Louro, um dos beneficiados pelo vale,
num total de R$ 182 mil, retirado do dinheiro da Câmara, e pagos em nove parcelas mensais sem qualquer correção monetária

Considerando a "denúncia caluniosa" encamingada ao MP e à Câmara de Guarapuava, Celso e Ingrid disseram que vão tomar as medidas juridiciais cabíveis ao fato.

Loteamento

Em 9 de setembro de 2012 o então secretário municipal de Habitação Francisco Andreata e o ex-secretário municipal de Esportes Pablo Almeida reuniram-se com moradores do “Beco” para fazer inscrições para moradia popular. Até então, a maioria dos barracos eram de lonas. De acordo com o vereador Celso Costa, uma assistente social pegou a documentação das famílias. “Não houve nenhum custo”. Na denúncia de Michelc diz que foram cobrados R$ 30 por pessoa. “Esse valor era para o loteamento 2, cujos valores foram pegos pelo Valdemar [dos Santos] para tirar três certidões negativas  nos cartórios do 1o, 2o e 3o oficios em Guarapuava”.

De acordo com o vereador, no dia 31 de janeiro de 2013, o prefeito Cesar Silvestri Filho, o secretário de Habitação, Flavio Alexandre reuniram-se com as famílias do Beco. “Nesse dia o prefeito disse que iria se empenhar para construir as 97 casas pelo Minha Casa Minha Vida e que não entregaria o loteamento sem infraestrutura. Lá não tem água, nem luz e o esgoto corre a céu aberto”.  Porém, o convênio com a Caixa Econômica Federal não foi viabilizado até agora, porque o Governo Federal prorrogou os prazos do programa. “Por isso, as casas ainda não saíram. O povo está nesse loteamento irregular que foi criado pelo Frederico há mais de 15 anos. Nós estamos no mandato há dois anos”, observa o vereador.

A assessora

“Eu nunca roubei nada de ninguém e nunca fui funcionária fantasma. Sou acostumada a trabalhar honestamente”. A afirmação é de Ingrid Dautermann reagindo às acusações feitas em denúncia que tramita no Ministério Público, de autoria de Frederico Michelc, Valdemar dos Santos e assinada por outras pessoas da comunidade.

Ingrid está sendo acusada de trabalhar no gabinete do vereador Celso Costa, sem cumprir expediente e de hoje estar lotada na Secretaria Municipal de Administração e de ser reprsentante de um banco, na Colônia Vitória.

De acordo com Celso Costa, Ingrid atuou no seu gabinete na Câmara entre marco de 201e e dezembro de 2014, atendendo em Entre Rios. “Eu tinha três assessores: Ingrid, Valdemar dos Santos, o Vardinho e a Carol  Marcondes. A Carol e o Vardinho ficavam na Câmara e a Ingrid no escritório em Entre Rios”. Segundo Costa, ela fazia relatório diário sobre as atividades parlamentares e encaminhada ao Departamento de Recursos Humanos da Câmara. “Tudo isso foi feito com a permissão do então presidente Edony Kluber”. Como o expediente da Câmara era das 12h às 18h, naparte da manhã Ingrid trabalhava para o banco.

Atualmente, Ingrid é assessora da  Prefeitura em Entre Rios. Possui um escritório de representação política e cumpre expediente das 8h às 12h e das 13h às 17h. “Só trabalho atendendo as demandas da população”, diz.