Curitiba – O deputado federal Humberto Souto (PPS-MG) defendeu, em Curitiba, no início da tarde desta segunda-feira (16 de novembro), a criação de um órgão com autonomia para fiscalizar a atuação administrativa e financeira dos 34 Tribunais de Contas brasileiros. Durante quase uma hora de palestra, o parlamentar explicou os detalhes da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/2007, em trâmite no Congresso Nacional, que cria o Conselho Nacional dos Tribunais de Contas (CNTC), idealizado para exercer função similar ao dos Conselhos do Judiciário (CNJ) e do Ministério Público (CNMP) brasileiros.
Ainda em fase de discussão, a composição final do Conselho poderá ser de 9 membros: 2 ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), 2 conselheiros de Tribunais de Contas Estaduais, 1 conselheiro de Tribunal de Contas de Município(s), 1 auditor, 1 procurador de Ministério Público de Contas e 2 outros membros, escolhidos pela Câmara dos Deputados e o Senado. Houve uma preocupação de enxugar o número de cargos do Conselho, para que não perdesse a representatividade frente às Cortes de Contas, explicou o deputado.
Os integrantes do CNTC serão responsáveis pela uniformidade de procedimentos jurisprudencial interpretação das leis nos julgamentos e administrativo. A modernização dos processos é outra meta. Num futuro próximo, eles podem ser totalmente digitais e ter prazos de julgamento.
Além do aperfeiçoamento dos métodos de fiscalização, o Conselho espera ampliar a transparência da rede de controle, propondo aos Tribunais de Contas o uso de canais de comunicação alternativos, para que os resultados do controle das contas públicas cheguem ao cidadão comum. A opinião pública irá se perguntar se os gastos com essa nova máquina fiscalizadora são realmente importantes, antecipa Souto.
Nesse sentido, as novas redes sociais da internet, como Orkut, Youtube, Twitter e Facebook, podem ser utilizadas, assim como estratégias de marketing na divulgação de informações junto aos formadores de opinião e parlamentares. O intuito, segundo o deputado federal, é evitar todos os falsos embates entre o controle externo e os governos, como a controvérsia recente criada entre a fiscalização de recursos públicos e a paralisação de obras. Ninguém gosta de obras públicas paralisadas. Mas as críticas principais deveriam recair sobre os motivos da paralisação, as falhas nos projetos de construção, e não sobre a fiscalização dos Tribunais.
Ainda sobre as críticas feitas à atuação dos TCs na paralisação de obras públicas, Souto disse que muitos argumentos são simplórios para encarar o problema alguns deles, para esconder a incompetência dos gestores. Nesse País do mensalão, das sanguessugas, onde a corrupção e a burocracia são endêmicas, ninguém quer ser fiscalizado e é fácil colocar a culpa nos Tribunais de Contas, concluiu o parlamentar.
O Congresso dos Tribunais
O 25º Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil vai até a próxima quarta-feira, 18 de novembro, no Hotel Bourbon, em Curitiba. O evento é promovido pelo TCE-PR, a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricom), a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon) e o Instituto Rui Barbosa (IRB), órgão de estudos e pesquisa dos TCs, com o apoio do Programa de Modernização do Controle Externo dos Estados e Municípios (Promoex). Paralelo ao congresso, está sendo realizado o 8º Encontro do Colégio de Corregedores dos Tribunais de Contas do Brasil (CCOR).
Neste ano, o tema central de discussão do congresso é a integração dos sistema de controle externo dos gastos públicos com o objetivo de beneficiar a sociedade.
A programação completa do evento está disponível no site: www.tce.pr.gov.br/25ctcs