A mudança dos critérios adotados no novo programa de concessão das rodovias paranaenses foi defendida por deputados estaduais nesta terça-feira (18). O tema foi abordado em Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Paraná.
De acordo com a proposta, o novo modelo vai definir os preços nas praças de pedágio em estradas do Estado para os próximos anos. Assim, sendo o Governo já iniciou os estudos das concessões de rodovias paranaenses, em parceria com a União, para a modelagem do novo programa. Ao todo, serão licitados pelo Governo Federal 4,1 mil quilômetros de estradas estaduais e federais até 2021. É nesse prazo que os atuais contratos de concessão do “Anel de Integração” s encerram.
Durante o encontro, os parlamentares defenderam ainda uma maior participação da Assembleia Legislativa na discussão do tema. No ano passado, o governo criou o Grupo Técnico de Acompanhamento e Apoio Conjunto (GTAAC-Paraná). Em conjunto com o GTAAC-Brasília, acompanha o processo de estruturação de concessão da malha rodoviária paranaense. Também monitora os convênios de delegação atualmente vigentes.
MALHA VIÁRIA
De acordo com as informações, hoje o Paraná conta com 2,5 mil quilômetros administrados pela iniciativa privada. Os contratos se encerram em novembro do ano que vem. Assim, é este momento que preocupa a Assembleia Legislativa, segundo o deputado Tião Medeiros. Ele preside a Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Assembleia,, responsável pela audiência pública.
“Estamos focando o debate em dois pontos: quais os modelos serão adotados e a necessidade da Assembleia ter espaço no grupo de trabalho que discute o tema”. Conforme Medeiros, os parlamentares estão em contato diário com a população e são cobrados sobre o assunto. “Nós nos preocupamos com o assunto, sim, e esta discussão tem de ser tratada dentro da Assembleia”.
Para o primeiro secretário da Casa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), o Paraná tem de tomar o cuidado para não repetir os erros do passado e adotar um modelo que possa prejudicar a população. “Os critérios têm de ser objetivos. Temos de adotar um modelo que privilegie um maior número de obras e uma menor tarifa. Temos de focar nestes pontos nas discussões. Não podemos aceitar outra coisa que não seja isso”.
NOVOS TRECHOS
Conforme informações já divulgadas pelo Governo do Paraná, a ideia é de que o novo programa de concessões incorpore mais três rodovias. Assim, elas se somariam ao conjunto de rodovias que formam os 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração. São elas, a PR-092 (Norte Pioneiro), a PR-323 (Noroeste) e a PR-280 (Sudoeste). O futuro leilão também deve abranger os trechos paranaenses das BRs 163, 153 e 476.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, os estudos completos do governo serão apresentados para a população a partir de julho deste ano. “Após a data, vamos percorrer todas as regiões do Paraná para debater com a sociedade. Não vamos repetir os erros do passado. O governo fará a construção desse processo junto com o Legislativo”.
De acordo com o Governo, o novo programa de concessões rodoviárias funcionará conforme os pedágios federais situados no Estado. Os contratos com as atuais concessionárias foram assinados em 1997 e se encerram em 2021. O Anel de Integração interliga Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Maringá, Paranavaí, Londrina e Paranaguá.
OPINIÕES
O deputado federal Ricardo Barros (PP) disse que um modelo focado em fixar uma menor tarifa é o melhor para o usuário e para o setor produtivo. “Quanto mais caro o pedágio, menos competitivo é nosso agronegócio. Nesse sentido, a participação da Assembleia é fundamental. Sem ela, nada vai acontecer”.
Assim o gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr, observou que o impacto da decisão é enorme para o setor produtivo. “O Paraná produz muita soja, farelo, carne de frango, produtos com baixo valor agregado. O preço do pedágio é muito grande para a economia”, avaliou.
Porém, o diretor-presidente da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), Omar Akel, também defendeu a mudança do modelo vigente. “Precisamos de regras claras. O atual contrato tem falhas e lacunas que trazem prejuízos ao usuário”.
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