Dermatologistas alertam sobre os graves riscos associados aos procedimentos estéticos invasivos feitos por pessoas sem habilitação. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Conselho Federal de Medicina (CFM) há a necessidade urgente da regulamentação e fiscalização rigorosa do uso de técnicas e substâncias de alto risco por pessoas sem formação médica.
A dermatologista Beatriz Garcia, que atua em Guarapuava, lembra que recentemente, um caso trágico envolvendo o uso inadequado de fenol resultou na morte de um jovem de 27 anos em São Paulo. Isso porque a pessoa que fez o procedimento era não médica e influencer. Conforme Beatriz, o peeling de Fenol é um procedimento disputado porque promove o rejuvenescimento da pele.
“O uso do fenol associado ao óleo de Croton, faz com que a penetração do ativo, chegue nas camadas mais profundas da pele. Serve para trocar, renovar a pele e tratar a flacidez”.
Conforme a médica, existem várias concentrações dos ativos de tal modo que há Peeling de Fenol Very Light, Light, Médium, Hard e Very Hard, na dependência da concentração desses ativos. Pela possibilidade de causar efeitos indesejáveis como cardio e nefrotoxicidade, que podem levar a arritmias fatais e insuficiência renal, todo cuidado é pouco.
Esses procedimentos devem ocorrer com todas as medidas de suporte vital em consultório. Mas desde que seja em pequenas áreas: ao redor os olhos ou da boca e a face, na sua forma mais leve.
Mas, de acordo com a dermatologista, casos ‘full face’ ou face total, devem ocorrer em clínicas médicas com suporte vital. Ou seja, monitorização cardíaca, hidratação endovenosa e acompanhamento pelo anestesista”.
E outro detalhe muito importante, conforme alerta a médica. O pós operatório do ‘fenol full’ é intenso. “Por se tratar de uma queimadura profunda, a pele perde toda a proteção e é dissolvida. Há muito inchaço, e secreção. Muitas vezes o paciente mal consegue abrir os olhos. Tem que ficar afastado de suas funções por 10 dias”.
RISCOS OU COMPLICAÇÕES
Como o inverno é a estação mais apropriada para esses procedimentos, é preciso evitar a ‘banalização’ do ‘peeling de fenol’. Isso porque os riscos são muitos. De acordo com Beatriz Garcia podem ocorrer arritmia, choque cardiogênico, insuficiência renal, hipercromias ou manchas escuras. Além de hipocromia: perda de pigmentação, infecções herpéticas disseminadas, por fungos e por bactérias, cicatrizes e eritema persistente.
E há contra contraindicações para portadores de problemas cardíacos ou renais, portadores de queloide, vitiligo, psoríase, gestantes, lactantes. “A formação do profissional, há quanto tempo e onde atua, número alto de seguidores não significa competência. Existem muitos riscos: o ideal é consultar para ver se esse procedimento é o ideal para você e estar ciente dos sacrifícios do pós operatório”.
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