22/08/2023


Geral

Desassoreamento de rios reduz riscos de alagamento em Guarapuava

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* Da Redação

As fortes chuvas que atingem a região de Guarapuava nos últimos dias têm causado grandes problemas em várias cidades. Nos últimos três dias, de acordo com o Simepar, choveu mais de 200 milimetros e vários municípios vêm sofrendo com alagamentos.

Em Guarapuava, um trabalho iniciado em junho deste ano, está contribuindo para reduzir os riscos de alagamentos. O trabalho de desassoreamento do Rio Cascavelzinho, iniciado na Vila Carli e que segue até o Jardim das Américas, desde às margens da BR 277 até a PR 466 no Industrial Xarquinho, acabou com pontos onde os alagamentos ocorriam sempre que chovia torrencialmente.

De acordo com o morador da Vila Carli, Sebastião dos Santos Pereira, com o desassoreamento a sua casa não foi atingida pelas águas. “Faz 26 anos que moro aqui. Passamos a madrugada inteira esperando a água chegar até a nossa casa ontem (30), mas graças a Deus não chegou. Antes desse trabalho da Prefeitura sempre que chovia nossa casa alagava, e agora não sofremos nada”, conta o morador.

Da mesma maneira Argeu de Oliveira Santiago, que mora na Vila Carli há mais de 30 anos, diz que sua família está mais tranqüila após o desassoreamento. “Era chover e tudo alagava. Mas dessa vez o prefeito antecipou os trabalhos e está ajudando para acabar com os alagamentos. Passamos a noite tranquilamente dessa vez”, comemora o morador.

O mesmo trabalho de desassoreamento está sendo realizado no córrego que atravessa a Vila Lenler, na Colônia Vitória, no Distrito de Entre Rios. "Três meses atrás, quando Guarapuava foi atingida pela maior enchente de sua história, anunciamos essas obras, através do PRD [Plano de Recuperação de Danos]. O serviço foi feito", destaca o prefeito Cesar Silvestri Filho.

DESASSOREAMENTO NO CASCAVELZINHO

O trabalho de desassoreamento do Rio Cascavelzinho iniciou um junho deste ano, logo após a enchente que devastou parte do município e que necessitou de um esforço conjunto do Município, do Estado e da comunidade para amenizar os prejuízos.

O que mais chamou a atenção dos profissionais que realizaram os trabalhos foi a grande quantidade de entulhos e lixo encontrados em toda a extensão do rio. Sofás, pedaços de geladeira, utensílios, móveis de quarto, são alguns dos entulhos encontrados pela Surg (Serviço de Urbanização de Guarapuava) no rio Cascavelzinho, no perímetro urbano de Guarapuava.

 "Percorremos os trechos e verificamos que o trabalho rendeu excelentes resultados em toda a extensão do rio, que atravessa o Conradinho, Vila Carli, Paz e Bem, Jardim das Américas, Vila Bela e Industrial", enumera o presidente da Surg, Fernando Damiani, destacando que o trabalho ainda nem foi finalizado. "Estamos atuando na região do Jardim das Américas, naquele trecho da avenida Cascavel, onde o trabalho exige mais tempo, pois haverá elevação da pista com drenagem em bueiro celular, asfalto novo, calçada, meio fio, iluminação, sinalização vertical e horizontal e acessibilidade". 

Segundo Damiani, o trabalho de desassoreamento envolve o alargamento do leito do rio Cascavelzinho e do córrego da Vila Lenler, além da ampliação da profundidade e retirada de lixo. A mesma ação será realizada no Arroio do Engenho, na Vila Concórdia. "Guarapuava sofre há anos com o problema dos alagamentos, agora estamos mudando essa situação. A população pode contribuir não jogando lixo nos rios e córregos", afirma Damiani. A moradora da rua Carajás, Andréia Aparecida Ribas, concorda. Ela, sua família e os vizinhos vivem uma nova realidade na Vila Carli. A dona de casa disse que presenciou no local três grandes alagamentos. "A água chegava até a janela. Eu e minha mãe perdemos móveis, alimentos e já tivemos até que deixar a casa, agora estamos tranquilas. A prefeitura fez um bom trabalho", afirma Andréia, referindo-se as obras que agora observa diariamente pela janela. A rua ganhou asfalto novo, galerias pluviais, calçada e meio fio. 

Na rua Octavino Bittencourt Martins, no bairro Primavera, também não ocorrem mais alagamentos. O local agora oferece dignidade às famílias que esperavam há 20 anos pela solução do problema. Dona Alvina Teixeira, 60 anos, deficiente visual, lembra das inúmeras vezes que pisou em água ao levantar da cama. "Era muito difícil sair correndo de casa e perder as coisas. Foram várias vezes. Agora tudo mudou. Posso dormir tranquila, pois sei que não vou acordar com água dentro de casa", comemora a aposentada, que mora na rua Octavino há seis anos.

Cristina Esteche

Jornalista

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